Cerca de 70 motoboys tomaram as ruas de Curitiba para protestar contra itens da Resolução número 219, do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada em 11 de janeiro deste ano e que entra em vigor a partir do dia 10 de julho. A resolução estabelece requisitos para transporte remunerado de cargas feitos por motocicletas e motonetas. Trabalham em Curitiba e região metropolitana perto de 40 mil motociclistas, segundo a Associação dos Motociclistas e Motoboys do Estado do Paraná (Motopar), responsável pela organização do movimento.
Os motociclistas querem a revisão da nova regulamentação. São contra a exigência de registro dos veículos na categoria de aluguel e a emissão de placas vermelhas para identificação. Com este registro, os motoqueiros seriam obrigados a pagar Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) um tributo federal na aquisição de novas motos. "Além de ter de desembolsar dinheiro para a obtenção dos novos documentos, os nossos veículos passarão por uma desvalorização em torno de 40%", afirma o presidente da Motopar, Carlos Alberto, o Tio Chico. Ele ainda ressalta que a categoria está descontente com outros itens que constam na nova regulamentação, como a obrigatoriedade do uso de colete reflexivo durante o dia e a adoção de caixas com dimensões padrão.
A manifestação durou cerca de uma hora, com início na Avenida Visconde de Guarapuava, em frente à Câmara Municipal de Curitiba, no Centro, e seguiu para a Assembléia Legislativa, no Centro Cívico. Após a parada em frente ao legislativo estadual, os motoboys continuaram o protesto por conta própria sem a orientação de agentes da Diretoria de Trânsito de Curitiba (Diretran). Com isso, provocaram confusão no cruzamento da Avenida Cândido de Abreu com a Rua Lysimaco Ferreira da Costa.
O advogado especialista em trânsito Marcelo Araújo diz que os motociclistas têm razão. "Ao Contran cabe regulamentar e cuidar da segurança do trânsito e não regulamentar esta atividade ou tratar de forma especial da instalação de serviços na moto", diz. Mas o advogado ressalta que os deputados estaduais (assim como os vereadores) não têm competência para intervir nesta situação. "A categoria deve se unir e pedir a suspensão da resolução junto ao Contran", afirma.
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