O policial militar Jaílton Batista Pereira, de 41 anos, motorista que dirigia o carro do desembargador Luiz Mendonça, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Sergipe, está em coma induzido e passa por uma cirurgia, segundo informações do Hospital de Urgência de Sergipe.
Os dois estavam no carroalvejado por tiros na manhã desta quarta-feira (18). O desembargador foi atingido por fragmentos de projéteis e passa bem, de acordo com o Tribunal de Justiça e o TRE do estado. O governo trata o caso com um atentado, umas vez que não houve abordagem antes dos disparos, o que afasta a hipótese de assalto. Uma coletiva de imprensa para dar detalhes da investigação será concedida nesta tarde.
O estado de saúde do cabo, que foi atingido por tiro na cabeça em outras partes do corpo, é "gravíssimo", conforme a assessoria do hospital. A cirurgia estava em andamento às 17h30 e ainda não há previsão de término.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública de Sergipe, o carro onde o desembargador e o motorista estavam trafegava pela Avenida Beira Mar, na Zona Sul de Aracaju, e foi atingido por tiros de quatro homens quando estava parado em um semáforo. Os atiradores estavam em um veículo Honda Fit, de cor prata, e abandonaram e queimaram o carro nas imediações após o crime.
O desembargador foi encaminhado para o Hospital São Lucas e passa bem. Inicialmente, a PM havia dito que ele foi ferido no ombro, o que depois foi retificado pelo boletim médico.
O cabo Jaílton Pereira foi encaminhado após o ataque para o Hospital de Urgências de Sergipe (HUSE). Ele chegou a ser transferido para fazer uma tomografia, mas já retornou ao hospital. O militar tem 41 anos, segundo a PM, e entrou na Corporação em 25 de janeiro de 1991.
Um boletim médico deve ser divulgado ainda nesta tarde.
Motivação eleitoral
O governador de Sergipe, Marcelo Déda, determinou que seja concedida proteção policial ao desembargador e seus familiares. Pelo twitter, Déda diz não crer em "vínculo eleitoral" em relação ao caso. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, havia afirmado que não descarta a hipótese de motivação eleitoral. "Acabo de conversar com o Ministro Levandowisky, Pres do TSE. Tranquilizei-o. Não acredito em qualquer vínculo eleitoral com o atentado", disse pelo microblog.
Investigação
Autoridades da segurança pública estadual já investigam o caso e agentes da Polícia Federal vão colaborar, informou o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
"Recebi uma ligação do presidente do Tribunal Superior Eleitoral me pedindo para a Polícia Federal entrar no caso. Disponibilizei de imediato e conversei com o governador Marcelo Déda, que aceitou a entrada da PF no caso. Garanti ao governador que a PF terá todo o empenho para descobrir rapidamente a motivação do crime e a localização dos criminosos", relatou Barreto.
Nesta quarta-feira, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cezar Peluso, pediu, por meio de nota, reforço na segurança dos juízes durante o período eleitoral. Na nota, Peluso pediu aos órgãos oficiais de segurança federais e estaduais que "redobrem a atenção quanto à proteção da integridade física dos magistrados", principalmente daqueles envolvidos no processo eleitoral.
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