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Investigação

Motorista de empresário brasileiro mata ex-senador boliviano

A Polícia Civil investiga as circunstâncias do assassinato de um ex-senador boliviano, na manhã desta sexta-feira (4), no Morumbi, pelo motorista do empresário brasileiro Olacyr de Moraes, que ficou conhecido nos anos 1970 como o "rei da soja".

O crime ocorreu por volta das 11h30 próximo ao Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste de São Paulo. Policiais militares em ronda ouviram tiros e encontraram o corpo do boliviano Andrés Fermín Heredia Guzmán, 60, caído na rua, ao lado de seu veículo, uma Cherokee blindada.

Em outro carro, os PMs encontraram Miguel Garcia Ferreira, 61, que estava ensanguentado e levava a arma que havia usado para atirar em Guzman. Havia ainda com ele uma sacola com R$ 399,9 mil.

Ferreira pegava carona com uma mulher que passava pela região e que não tem relação com o crime, de acordo com a polícia. Ele teria pedido a carona alegando que estava ferido.

Aos policiais do Deic (departamento que investiga o crime organizado), Ferreira disse ser motorista do empresário Olacyr de Moraes, que chegou a ser o maior produtor individual de soja do mundo nos anos 1970.

Segundo o diretor do Deic, Wagner Giudice, o motorista afirmou, informalmente, que percebeu que seu patrão "estava sofrendo pressão ou até mesmo extorsão" por parte de Guzmán, o que vinha prejudicando o empresário, que se recupera de uma cirurgia.

Ainda segundo o que disse o motorista, Guzmán havia ido até a casa do empresário hoje de manhã para receber dinheiro. Quando saía, o empregado teria resolvido "dar um susto" no boliviano, sem que seu patrão soubesse, e lhe pediu uma carona até a avenida Oscar Americano, no Morumbi.

Em algum momento do trajeto, Ferreira teria sacado um revólver calibre 38 e ameaçado Guzmán, que iniciou uma briga no carro. Foi então que, segundo Ferreira, ele disparou contra o boliviano.

Segundo a polícia, Guzmán morreu com ao menos três tiros.

Os R$ 399,9 mil encontrados com Ferreira seriam o valor supostamente extorquido do empresário Olacyr de Moares. O dinheiro será depositado em uma conta judicial, até que a Justiça decida o que fazer com ele.

Ferreira foi preso em flagrante sob suspeita de homicídio. Ele também disse à polícia, segundo o delegado do Deic, que Guzmán e seu patrão tinham relações comerciais havia cerca de 20 anos.

O revólver 38 usado era registrado no nome de Ferreira, mas estava irregular.

A polícia vai agora investigar as supostas relações comerciais entre o empresário brasileiro e o ex-senador boliviano.

A reportagem não conseguiu localizar os advogados de Ferreira e de Moraes até as 20h de sexta-feira. Até o fim da tarde, a polícia não havia conseguido falar com familiares do boliviano morto.

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