A polícia de Americana, a 127 km de São Paulo, colheu nesta sexta-feira (10) o depoimento do motorista de 51 anos que dirigia o ônibus que foi atingido por um trem, em uma passagem de nível no centro da cidade, na noite de quarta-feira (8). O acidente resultou na morte de nove pessoas e deixou outras 15 feridas.
Em seu depoimento à policia, ele afirmou que o aviso de alerta, composto de sinalizações luminosas e sonoras, foi dado com atraso. Segundo a polícia de Americana, o motorista alegou que o sinal de alerta não estava acionado quando se dirigia à passagem de nível e que este só foi acionado quando o coletivo no qual estava ao volante já estava sobre a linha férrea.
Ele estima que dirigia a uma velocidade de 20 km/h e, por já estar na passagem de nível, não houve tempo para frear. Sobre a colisão, o motorista afirmou à polícia que o ônibus foi atingido do lado esquerdo e que sentiu este ser arrastado. Depois, ele alegou ter perdido a consciência, só retomando-a quando já estava sendo socorrido por paramédicos do Corpo de Bombeiros.
Ele disse que o acidente só ocorreu devido a este atraso na emissão do aviso de alerta e devido à falta de uma cancela na passagem de nível. À polícia ele afirmou ainda que faz a mesma linha Vila Mathiensen-Zanaga há cinco anos e que realizava cinco viagens por dia. Além disso, ele disse não se recordar de que havia uma outra composição parada na linha férrea.
O depoimento foi dado ao delegado Claudinei Albino Xavier, do 1º DP de Americana, no Hospital São Francisco, para onde o motorista foi transferido nesta sexta-feira. Ele foi submetido a uma cirurgia na coxa direita e ainda sofreu uma contusão nas costas.
Segundo a polícia, na próxima segunda-feira (13), será a vez do maquinista do trem prestar depoimento no inquérito que investiga as causas do acidente. Cinco pessoas seguem internadas no Hospital Municipal de Americana.