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Danos no biarticulado após acidente: veículo bateu em cinco carros estacionados. O motorista foi afastado da função | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Danos no biarticulado após acidente: veículo bateu em cinco carros estacionados. O motorista foi afastado da função| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Edson José Cruz, 29 anos, motorista do biarticulado da linha Centenário-Campo Comprido, envolvido em um grave acidente anteontem, em Curitiba, afirma que passou mal e apagou no volante. A versão dos passageiros era de que o motorista estaria em alta velocidade. Ele conta que estava dirigindo normalmente, quando "desligou". "Eu passei mal e desmaiei no volante. Fui atendido como todas as outras vítimas. Quando eu acordei, estava dentro da ambulância do Siate", conta, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo.

Segundo o motorista, isso nunca tinha ocorrido antes. "Eu nunca tinha passado mal. Não desse jeito. Eu já tive mal-estar, mas normal, aquele que qualquer trabalhador tem", revela. De acordo com Cruz, a velocidade no momento do acidente não era alta. "O carro tem limitador de velocidade, não tem como exceder. O carro estava a 50 km por hora. Aquele carro não tem uma arrancada violenta. Ele arranca suavemente. Essa história de alta velocidade não existe, falha mecânica também não. Eu passei mal, foi isso", afirma.

Levado para o Hospital Uni­versitário Cajuru depois do acidente, Cruz conta que não teve ferimentos e foi apenas fazer exames para descobrir o motivo do desmaio. "Foi feito um check up. Os médicos disseram que eu estava com a pressão alterada, alta. O restante estava normal. Acho que foi esse clima", diz o motorista, que deixou a instituição de saúde no início da noite de anteontem. Por enquanto, Cruz ficará afastado do serviço. "Até sair os resultados dos exames para descobrir as causas do apagão", conta.

Passageira

Anadir Linhar Kafer, 55 anos, uma das 12 passageiras feridas no acidente, continua sob obervação no Hospital Cajuru. De acordo com informações da assessoria de imprensa, ela teve um traumatismo craniano leve, mas não corre risco de perder a vida. Segundo informações do hospital, Anadir está lúcida e apresenta um quadro de saúde estável. Não existe previsão de alta.

Assim como no dia do acidente, a Urbanização de Curitiba (Urbs), empresa que gerencia o transporte coletivo da cidade, garante que o acidente não foi causado por problemas mecânicos. O ônibus, segundo a Urbs, estava com plenas condições de uso. A Viação Cidade Sorriso e o motorista serão ouvidos. De acordo a gerenciadora, um laudo do acidente deve ficar pronto em 15 dias.

O gerente operacional da Viação Cidade Sorriso, Alaor Moraes, afirma que não pode se manifestar sobre o incidente até que todas as causas tenham sido apuradas. "Nós precisamos do laudo da Urbs sobre a velocidade, precisamos ouvir o motorista, do laudo médico. Não podemos comentar nada precipitadamente", diz.

O delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), Armando Braga, afirma que, como não houve óbitos, um inquérito policial só será aberto se as vítimas registrarem queixa na delegacia contra o motorista e manifestarem o desejo de abrir uma representação criminal. Segundo o delegado, até a noite de ontem, ninguém tinha procurado o Dedetran.

Prejuízos

No acidente, cinco veículos foram danificados no impacto com o ônibus: dois Fiat Uno, um Peugeot 207, um Renoult Clio e um Volkswagen Fox. De acordo com a Urbs, o motorista era funcionário da empresa, portanto, é ela que tem de ressarcir os danos causados. Segundo o gerente operacional da Viação Cidade Sorriso, todos os ônibus da empresa têm seguro. "Os envolvidos no acidente que se sentirem prejudicados podem procurar o setor de acidentes da Cidade Sorriso", explica.

O ônibus com 180 passageiros, que ia no sentido bairro-centro, perdeu o controle em uma curva, quando se aproximava da estação-tubo São Grato, e atingiu cinco veículos estacionados na Rua Deputado Heitor Alencar Furtado, no bairro Mossunguê. Segundo testemunhas, o ônibus estava em alta velocidade. Ao todo, 12 pessoas ficaram feridas. Esse foi o segundo acidente com vítimas nos últimos três meses em Curitiba. Em junho, duas pessoas morreram após a batida de um ligeirinho na Praça Tiradentes.

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