O motorista de ônibus suspeito pela morte de um rapaz de 20 anos em uma estação-tubo do bairro Sítio Cercado, em Curitiba, permanece preso e deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Testemunhas devem ser ouvidas pela Polícia Civil nesta quinta-feira (24) para o andamento do inquérito. A polícia ainda vai averiguar se houve legítima defesa no caso. O motorista foi preso em flagrante.
A morte do jovem ocorreu na tarde de terça-feira (23) quando ele tentava pular a catraca da estação e entrar no ônibus sem pagar passagem. O motorista, que não estava dentro do veículo, teria visto a situação e tentou impedir o jovem de entrar no ônibus. Os dois discutiram antes da briga e o rapaz foi golpeado com uso de um canivete.
Segundo o delegado Ricardo de Miranda, do 7.° Distrito Policial de Curitiba, que investiga o caso, testemunhas já foram identificadas e devem ser ouvidas pela polícia a partir de quinta-feira. Entre as testemunhas estão passageiros que estavam no local e a cobradora da estação-tubo. "Ele (o motorista) responde o inquérito preso pois a Justiça não determinou a liberdade dele", explica.
O canivete usado no momento do crime foi encaminhado para o Instituto de Criminalística para a realização de uma perícia.
Ainda segundo o delegado, por enquanto não é possível dizer se houve legítima defesa no caso, conforme alega o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc). Um fato, porém, chamou atenção do delegado. "Após a morte, o motorista colocou o canivete dentro do bolso e trouxe para a delegacia. Geralmente guardamos no bolso algo que é nosso. Mas isso ainda vai ser averiguado após ouvirmos as testemunhas", diz.
Miranda diz que o motorista será indiciado por homicídio doloso quando há intenção de matar. "A promotoria (do Ministério Público) é que vai decidir se apresenta o caso à Justiça ou não. É difícil que ele seja acusado de lesão corporal culposa, pois essa ocorre somente quando não há intenção de ferir alguém". O inquérito deve ser concluído em dez dias.
Empresa
Segundo o Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp), a empresa em que o motorista trabalha informou que o homem continua empregado. A empresa vai esperar a conclusão do inquérito para tomar alguma medida, já que ainda não se sabe o que de fato ocorreu no local da morte. A Urbanização de Curitiba (Urbs) disse que só pode se pronunciar sobre o caso após a conclusão da investigação.
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