Pela segunda vez no mês, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc) ameaça uma greve geral no transporte público para a próxima segunda-feira. Os ônibus podem parar na capital caso não haja pagamento do adiantamento salarial aos trabalhadores.
Ontem pela manhã, os motoristas e cobradores da empresa, que atende principalmente a zona leste da capital, pararam as atividades por causa do atraso no pagamento do adiantamento salarial, correspondente a 40% do salário da categoria. A paralisação durou cerca de 3 horas e a circulação das linhas foi retomada por volta das 8h15.
O Sindimoc informou que um indicativo de greve foi aberto ontem e que a categoria aguarda o pagamento do valor devido pelas empresas até amanhã. A paralisação deve ocorrer na segunda-feira se os 40% do salário, o popular "vale", não forem pagos.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano e Metropolitano de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) informou que o atraso nos depósitos se deve à dívida de R$ 15,2 milhões que a Urbanização de Curitiba (Urbs) e a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) têm com as empresas.
A Urbs confirmou o valor da dívida e diz que está em negociação com a Comec para o pagamento do valor devido e da renovação do convênio com o governo do estado ou seja, para a manutenção do subsídio ao transporte público. A Comec foi procurada mas não deu retorno sobre o assunto.
Ainda ontem, no fim da tarde, a Urbs disse ter encaminhado uma notificação extrajudicial aos dois sindicatos, Sindimoc e Setransp, pedindo que eles se posicionem sobre a manutenção de uma frota mínima na segunda-feira. O órgão da prefeitura propõe que 70% da frota esteja em operação nos horários de pico e 40% nos demais horários. Caso os dois sindicatos não se manifestem em 24 horas, a Urbs afirma que pedirá esse porcentual de frota mínima à Justiça do Trabalho.
Esta é a segunda vez no mês que Curitiba entra na iminência de uma greve no transporte público. No início de janeiro, os motoristas e cobradores também ameaçaram parar as linhas urbanas e metropolitanas porque não haviam recebido adiantamento salarial.
Substituíram a greve por um protesto em frente ao Palácio Iguaçu, mas que afetou a circulação de ônibus na capital por mais de quatro horas.
Frota mínima
Ontem à tarde, a Urbs mandou uma notificação extrajudicial ao Sindimoc e ao Setransp, pedindo que eles se posicionem sobre a manutenção de uma frota mínima na segunda-feira. A Urbs propõe uma frota de 70% para os horários de pico e 40% no restante. Se os dois sindicatos não responderem em 24 horas, a Urbs pedirá esse porcentual diretamente à Justiça do Trabalho.