Um protesto de motoristas e cobradores impediu a saída dos ônibus da garagem Auto Viação São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, nesta segunda-feira (25). Os trabalhadores bloquearam o portão da garagem entre 4 e 6 horas da manhã, período em que foi realizada uma assembleia com representantes do sindicato da categoria (Sindimoc). Os funcionários reclamam de problemas que estariam enfrentado com a empresa, como assédio moral e punições rigorosas. Da garagem onde ocorreu o protesto saem ônibus que ligam São José dos Pinhais à Curitiba, como os ligeirinhos Aeroporto e Barreirinha-São José, e também linhas urbanas, que circulam apenas entre os limites do município. O Sindimoc garante que nenhum veículo deixou a garagem durante o tempo em que o protesto foi realizado.
"Eles [motoristas e cobradores] resolveram protestar por causa do assédio moral que estão sofrendo da empresa, por causa do rigor nas punições, da dupla-função que muitos deles têm que cumprir e também porque houve demissão em massa", relatou o vice-presidente do sindicato, Dino César.
Segundo Cesar, nos últimos 15 dias cerca de cem funcionários foram demitidos pela empresa. O motivo seria a adoção do exercício da dupla-função, que permite que motorista também cobre a tarifa do passageiro. Esta atividade foi proibida por lei municipal em Curitiba. "Nos finais de semana eles mandam ônibus metropolitanos, para Curitiba, sem cobrador. Estão afrontando uma lei do município", declarou.
O Sindimoc disse ainda que há previsão de mais mobilizações para esta segunda-feira, mas afirmou que nenhum dos atos deve impedir novamente a saída dos ônibus das garagens.
Outro lado
O Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp) confirmou, por meio de nota, a manifestação. O órgão ressaltou que a "maneira arbitrária" adotada pelo Sindimoc para organizar o protesto "prejudicou a população que dependia dos ônibus para iniciar seu dia".
O Setransp disse ainda que está apurando o caso para fornecer mais informações, e que a empresa nega as demissões em massa, bem como o assédio moral que estariam sofrendo os motoristas e cobradores da empresa.
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