Os motoristas e cobradores dos ônibus de Curitiba e região receberam a última parcela do 13º salário pendente e encerraram o movimento que causou transtornos a parte dos usuários do transporte coletivo da capital no último sábado (21) e nesta segunda-feira (23). As informações são do presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), Anderson Teixeira.
"Agora está afastada a possibilidade de paralisação, porque o objetivo do movimento era conseguir o direito que o trabalhador tem de receber tudo em dia." O dirigente citou também que durante a tarde todos já haviam recebido o benefício e aguardavam apenas a regularização do vale-alimentação. Segundo ele, o banco teve um problema na transferência automática e precisou fazer os depósitos nas contas manualmente, o que causou demora aos empregados terem acesso a todo o dinheiro a que têm direito.
A Prefeitura de Curitiba informou que ao longo de todo o dia o Centro de Controle Operacional (CCO) fiscalizou as linhas para verificar possíveis atrasos. Isso porque o movimento dos motoristas e cobradores atrasou em uma hora a saída de todos os ônibus das garagens e em cerca de três horas a saída dos veículos da empresa Mercês (única que estava com o 13º atrasado). Caso sejam constatadas irregularidades nos horários, as empresas serão multadas a partir do dia 26, quando o setor jurídico da Urbs volta a funcionar por causa do Natal.
Atrasos nos ônibus
A segunda começou tumultuada para quem precisou pegar ônibus na capital por causa do protesto contra o atraso nos pagamentos dos funcionários da empresa Mercês. Das 4h às 5 horas, nenhum ônibus saiu das garagens. Após este horário, segundo o Sindimoc, apenas os trabalhadores da Auto Viação Mercês permaneciam de braços cruzados. De acordo com o vice-presidente do Sindimoc, Dino César Morais de Mattos, eles retornaram ao trabalho às 7h30 e a situação no atendimento às linhas da empresa foi normalizada por volta das 8h30.
O protesto dos trabalhadores da Auto Viação Mercês prejudicou o atendimento de Campo Magro, na região metropolitana, do bairro de Santa Felicidade e de linhas como Inter 2 (ligeirinho) e do Interbairros 2.
Protestos começaram no sábado
O protesto da categoria nesta segunda-feira foi uma continuidade ao ocorrido no último sábado (21), quando funcionários da Autoviação Mercês pararam suas atividades, alegando atraso no pagamento da segunda parcela do 13º salário. Ao contrário desta segunda, eles foram acompanhados então por trabalhadores da Autoviação São Braz, que compartilha a mesma garagem. Na ocasião, a circulação de ônibus só voltou a ocorrer a partir do meio-dia e a circulação só foi normalizada a partir das 14 horas.
Ameaça de greve geral
Para esta segunda-feira, o Sindimoc havia alertado para a possibilidade de uma greve geral.
A Urbs, no entanto, afirmou que na última quarta-feira (18) foi feito um acordo com o Sindimoc para que, em caso de greve, apenas os cobradores de ônibus participassem, garantindo transporte a população. Com o descumprimento do acordo as duas empresas Autoviações Mercês e São Braz - e o Consórcio Pontual, do qual fazem parte, foram notificadas ainda na manhã de sábado para que as operações fossem normalizadas, informou a empresa, que administra o sistema de transporte coletivo na capital.
A regularização das linhas na manhã desta segunda-feira, segundo o vice-presidente do sindicato, só aconteceu porque o Consórcio Pontual registrou um documento se comprometendo com os trabalhadores a pagar a segunda parcela do 13.º salário até as 16 horas deste dia 23. Como o compromisso foi cumprido, a possibilidade de greve foi afastada, conforme o presidente do Sindimoc.