Num período de seis dias, entre 16 e 21 de agosto, dez pessoas morreram no trânsito de Londrina, no Norte do Paraná, sendo que oito trafegavam em motocicletas. Segundo o Corpo de Bombeiros, a média semanal de atendimentos a motociclistas acidentados varia entre 20 e 25 ocorrências. No entanto, na semana entre 13 e 19 de agosto, foram atendidos 53 motociclistas.
De 223 ocorrências envolvendo motociclistas, entre janeiro e junho deste ano, predominam as colisões entre automóvel e moto 47% do total. Em seguida, representando 32% do total, estão as quedas de motociclistas. De acordo com o comandante da Companhia de Trânsito (Ciatran) da Polícia Militar, tenente Ricardo Eguedis, há causas diferentes para os acidentes, mas é freqüente haver imprudência por parte dos condutores. "Quase sempre um dos condutores envolvidos comete algum tipo de irregularidade. Fazemos blitze e fiscalização, mas a polícia não consegue estar em todos os locais. A redução dos acidentes depende da conscientização dos motoristas em relação ao risco a que ele pode se expor", afirmou.
Entre as irregularidades mais recorrentes durante a fiscalização a motociclistas estão problemas com a documentação, e falta de itens obrigatórios, como retrovisores, além de pneus desgastados, que aumentam as chances de acidentes. "O problema é que o condutor vê o lado pecuniário da multa, mas não muda a sua conduta. Infelizmente, parece que no Brasil existe uma filosofia de burlar as leis. Conhecimento da lei os condutores tem", avaliou. Segundo o tenente Eguedis, metade dos motociclistas que se envolvem em acidente de trânsito sofrem ferimentos.
O capitão Ricardo Jammes Teixeira, do Corpo de Bombeiros, explicou que, em caso de colisão, os ferimentos mais freqüentes sofridos pelos motociclistas são as fraturas de membros inferiores e de tórax. No caso de quedas, aumentam as chances de trauma crânio-encefálico, trauma de face e escoriações pelo corpo. "Os traumas de crânio e face são agravados pelo uso incorreto do capacete. Um capacete que não é fixado corretamente, por exemplo, pode se soltar durante a queda", disse.
Segundo o capitão, é importante trocar o capacete depois de cinco anos de uso. Na sua avaliação, os motociclistas se entusiasmam demais com a agilidade proporcionada pelas motocicletas. "Não importa se está certo ou errado, o motociclista sempre se machuca mais. Além de cuidar de si, ele deve tomar cuidado com os outros motoristas", afirmou.
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