Um mototaxista de Curitiba manteve durante todo o dia de ontem uma família sob cárcere privado em Joaquim Távora, no Norte Pioneiro. Joelson Gomes Ferreira, 30 anos, invadiu a residência da ex-mulher depois que o pai dela saiu de casa para trabalhar, por volta das 6h30. Policiais continuavam negociando a liberação dos reféns até o fechamento desta edição.
No início da manhã, estavam na casa a ex-mulher do mototaxista, Lidiane Matias, de 27 anos, o filho do casal, de cinco anos, a irmã caçula de Lidiane, uma adolescente de 11 anos, e a mãe delas, Lídia Soares, de 65 anos.
A adolescente foi libertada pouco depois das 13 horas e Lídia, às 18h30. Até a noite de ontem, Joelson permanecia com o filho e ex-mulher na residência. Segundo a polícia, ele está armado com uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38 e uma banana de dinamite inserida em um tubo de PVC. As negociações foram conduzidas por dois oficiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que mantém contatos regulares com o mototaxista por celular.
Joelson mora em Curitiba e foi de táxi a Joaquim Távora na madrugada de ontem. Ele viveu por três anos com Lidiane na capital paranaense. Segundo o pai dela, o casal sempre passava por dificuldades financeiras. Por causa disso, há um ano e meio, a mulher decidiu abandonar Joelson e voltou com o filho para Joaquim Távora.
Assim que foi deixado pela mulher, Joelson passou a telefonar regularmente a ela, tentando reatar o casamento. À polícia, o mototaxista disse que se sentiu abandonado pela esposa. Lidiane já havia avisado a polícia que sofria ameaças do ex-marido. Há boletins de ocorrência registrado contra Joelson em Curitiba e em Joaquim Távora.
Mobilização
O Comando de Operações Especiais (COE), e o Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Militar (PM) e o Grupo Tigre, além de policiais civis de Joaquim Távora, atuam na operação. No total, mais de 30 homens participam dos trabalhos.
Na avaliação do delegado de Joaquim Távora, Rubens José Peres, o mototaxista deverá responder por cárcere privado (cuja pena pode chegar a cinco anos de reclusão), porte ilegal de arma de fogo (até quatro anos de reclusão), e porte ilegal de explosivos (cuja pena pode chegar a dois anos).
"Nos contatos, tem horas que ele se desespera, tem horas que ele está tranquilo. Às vezes ele chora, em outras, dá risada. Enfim, é uma situação bastante complicada", disse Peres.