Mãe da ex-mulher do mototaxista foi liberada às 18h30 de quinta-feira (10)| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Repercussão

O livro de registros policiais da delegacia de Joaquim Tá­vo­ra apresenta apenas um homicídio em 2011. No ano passado, a marca só foi repe­tida nos últimos dias do ano. A notícia do cárcere privado correu ra­pi­damente nas primeiras horas da manhã e mudou toda a rotina da pacata ci­dade. Logo as primeiras pes­soas começaram a se concentrar perto da casa da família Mattias. Moradores de Carlópolis, Quatigá, Siqueira Campos, Cambará, Arapoti e Santo Antônio da Platina também foram até o local, na esquina da Rua Tenente Ubirajara de Souza, quase à margem da PR-092.

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Um mototaxista de Curitiba manteve durante todo o dia de ontem uma família sob cárcere privado em Joaquim Távora, no Norte Pioneiro. Joelson Gomes Ferreira, 30 anos, invadiu a residência da ex-mulher depois que o pai dela saiu de casa para trabalhar, por volta das 6h30. Policiais continuavam negociando a liberação dos reféns até o fechamento desta edição.

No início da manhã, estavam na casa a ex-mulher do mototaxista, Lidiane Matias, de 27 anos, o filho do casal, de cinco anos, a irmã caçula de Lidiane, uma adolescente de 11 anos, e a mãe delas, Lídia Soares, de 65 anos.

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A adolescente foi libertada pouco depois das 13 horas e Lídia, às 18h30. Até a noite de ontem, Joelson permanecia com o filho e ex-mulher na residência. Segundo a polícia, ele está armado com uma pistola calibre 380, um revólver calibre 38 e uma banana de dinamite inserida em um tubo de PVC. As negociações foram conduzidas por dois oficiais do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), que mantém contatos regulares com o mototaxista por celular.

Joelson mora em Curitiba e foi de táxi a Joaquim Távora na madrugada de ontem. Ele viveu por três anos com Lidiane na capital paranaense. Segundo o pai dela, o casal sempre passava por dificuldades financeiras. Por causa disso, há um ano e meio, a mulher decidiu abandonar Joelson e voltou com o filho para Joaquim Távora.

Assim que foi deixado pela mulher, Joelson passou a telefonar regularmente a ela, tentando reatar o casamento. À polícia, o mototaxista disse que se sentiu abandonado pela esposa. Lidiane já havia avisado a polícia que sofria ameaças do ex-marido. Há boletins de ocorrência registrado contra Joelson em Curitiba e em Joaquim Távora.

Mobilização

O Comando de Operações Especiais (COE), e o Esquadrão Anti-Bombas da Polícia Mi­­litar (PM) e o Grupo Tigre, além de policiais civis de Joaquim Távora, atuam na operação. No total, mais de 30 homens participam dos trabalhos.

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Na avaliação do delegado de Joaquim Távora, Rubens José Peres, o mototaxista deverá responder por cárcere privado (cuja pena pode chegar a cinco anos de reclusão), porte ilegal de arma de fogo (até quatro anos de reclusão), e porte ilegal de explosivos (cuja pena pode chegar a dois anos).

"Nos contatos, tem horas que ele se desespera, tem horas que ele está tranquilo. Às vezes ele chora, em outras, dá risada. Enfim, é uma situação bastante complicada", disse Peres.