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Balsa Nova – Cerca de 40 integrantes do Movimento dos Usuários das Rodovias do Brasil (Murb) ocupam desde ontem de manhã a praça de pedágio da BR-277, em São Luís do Purunã (Campos Gerais). De acordo com um funcionário da Rodonorte (concessionária que administra a praça), que não quis se identificar, os manifestantes agiram pacificamente e liberaram as cancelas.

Com bandeiras, colando adesivos e distribuindo panfletos, eles mostravam insatisfação em relação ao aumento do pedágio. Há uma semana, a tarifa está 7,96% mais cara nas praças da Rodonorte. "Fizemos uma planilha mostrando que o pedágio pode baixar 61% sem prejudicar a qualidade das estradas", disse o representante do movimento, Antônio Roberto Filho. Toda a ação era acompanhada por apenas dois policiais militares.

Ontem mesmo, a Justiça concedeu um mandado de reintegração de posse, mas a desocupação não foi feita, o que gerou um mal-estar entre o governo do estado e a Associação Brasileira das Concessionárias de Rodovias (ABCR) no Paraná. De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), a Polícia Militar não recebeu a notificação para cumprir a decisão.

Em nota oficial, a ABCR disse que "a Secretaria de Segurança e o Comando Geral da PM receberam o fax da concessionária com o teor da decisão às 17 horas. Ela foi protocolada pela assessoria jurídica às 18h15, porém, nesse caso, o fax é válido como documento". Ainda segundo a associação, o oficial de Justiça se dirigiu à praça para cumprir a decisão às 16h30, sem apoio da PM para fazer o seu trabalho. Com isso, os ocupantes do Murb passariam a noite na praça. No entanto, afirmaram que não resistirão a uma ordem de desocupação hoje.

Interdito

Nem mesmo o interdito proibitório (despacho da Justiça que impede a invasão sob pena de multa e responsabilização penal) concedido pela Justiça à Rodonorte na última segunda-feira foi respeitado. O documento impunha multa de R$ 100 mil por dia apenas para a presença do coordenador do Murb, Acir Mezzadri, em ocupações de praças de pedágio, mas ele não estava no local no momento da manifestação. Os ocupantes disseram ter uma liminar alegando inconstitucionalidade do interdito. No entanto, nenhum deles quis mostrar a decisão judicial.

Segundo Antônio Filho, as ocupações estão apenas começando. "Pretendemos ocupar todas as 27 praças do estado por tempo indeterminado", ameaçou. Os mais contentes com a liberação das cancelas eram os motoristas, principalmente os caminhoneiros. "Eu apóio a manifestação. Acho um absurdo o preço", afirmou o motorista Murilo de Andrade, que gasta cerca de R$ 1,2 mil por mês só com tarifas de pedágio. "Tem que parar com o pedágio. A tarifa está abusiva", opinou o caminhoneiro Antônio Serraglio. Segundo a Rodonorte, aproximadamente 15 mil veículos passam por dia pela praça de São Luís do Purunã.

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