O MPL (Movimento Passe Livre) divulgou nesta quinta-feira (27) uma nota em seu site afirmando que não aceitara "nenhum centavo" de aumento na tarifa do transporte público no próximo ano. O MPL puxou os protestos em junho de 2013, quando a passagem passou de R$ 3 para R$ 3,20.
Após as manifestações ganharem força, prefeitura e governo do Estado reduziram a tarifa ao patamar anterior, R$ 3. "Todo aumento da tarifa é um roubo porque cobrar pelo uso do transporte é uma injustiça. O transporte deve ser público, acessível para todos e não apenas para aqueles que podem pagar", diz o texto do MPL.
Ao final, o movimento repete sua maior reivindicação: tarifa zero para o transporte público.
Oficialmente, a gestão Fernando Haddad (PT) afirma que ainda não discute o reajuste. A prefeitura espera o resultado de uma auditoria que a Ernest & Young está fazendo nas contas de empresas de ônibus. O resultado é prometido para o dia 10 de dezembro.
A prefeitura também espera que medidas que dariam fôlego financeiro ao sistema de ônibus sejam aprovadas. São elas: a municipalização da Cide (contribuição para regular o preço dos combustíveis) e a aprovação do Reitup --projeto que estabelece zerar alguns tributos federais na aquisição de insumos, como o diesel e pneus.
O Reitup tramita no Congresso há mais de uma década. Foi proposto em 2003 e aprovado na Câmara em 2009. Seguiu para o Senado, mas só foi apreciado no ano passado, após as manifestações. Como houve alterações no texto, o projeto voltou à Câmara e é discutido em uma comissão especial há mais de um ano.
Em 2013, o subsídio pago pela prefeitura às empresas de ônibus chegou a R$ 1,3 bilhão, aumento de 27% em relação ao ano anterior. Neste ano, a estimativa é que o valor chegue a R$ 1,7 bilhão.
Já o Metrô de São Paulo afirmou que o aumento da tarifa não está em discussão na companhia. Desde 2011, metrô e ônibus tem tarifa única na cidade.
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