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Movimentos unificam pauta de ato marcado para amanhã

Manifestante no Rio de Janeiro: atos continuam em todo o país | Pilar Olivares/ Reuters
Manifestante no Rio de Janeiro: atos continuam em todo o país (Foto: Pilar Olivares/ Reuters)

Para evitar a falta de foco que marcou os últimos protestos em Curitiba, cerca de 70 centrais sindicais e movimentos sociais se organizaram para promover amanhã uma manifestação unificada, com reivindicações específicas. Entre elas, a exigência de uma reforma política ampla e com participação popular, a desmilitarização da polícia e uma maior transferência de recursos para saúde e educação. Em coletiva de imprensa com representantes da Central Única de Trabalhadores (CUT), APP Sindicato, Conlutas, Sindicato dos Bancários e Frente de Luta pelo Transporte Público de Curitiba foram discutidos detalhes do evento.

O protesto de sábado está marcado para as 10 horas, com concentração na Boca Maldita, e ainda não tem trajeto definido ou expectativa de público – o evento no Facebook conta com 3,5 mil pessoas confirmadas. Os organizadores orientam que as pessoas venham de cara limpa, sem máscaras ou lenços no rosto, e que mantenham o caráter pacífico da passeata.

Desta vez, a participação de partidos será incentivada e os integrantes da organização tentarão impedir que manifestações contrárias a eles aconteçam. "Vamos buscar educar as pessoas e, caso tentem expulsá-los do ato, pretendemos interferir e explicar que os partidos são importantes na democracia", contou o representante da Frente de Luta pelo Transporte Público de Curitiba, Alexandre Boeing.

Greve geral

De acordo com os sindicatos, Curitiba vai aderir à greve geral convocada para o dia 11 de julho. Entre as pautas principais, está o pedido de redução da jornada de trabalho e uma reforma do fator previdenciário. A organização do ato de sábado garantiu que essa é uma paralisação legítima e formalizada, diferentemente daquela marcada para o dia 1.º de julho, organizada apenas pelo Facebook.

Nas redes sociais, é possível encontrar diversas manifestações marcadas para acontecer nos próximos dias. Os organizadores ressaltaram que não têm qualquer vínculo com elas. "Encaramos a participação popular como algo legítimo, mas pedimos que as pessoas tenham clareza em relação às bandeiras que levantam", comentou André Castelo Branco, do Sindicato dos Bancários.

Resumo do diaVeja outras notícias relacionadas aos protestos no país:

CPI em São Paulo

Vereadores de São Paulo aprovaram uma CPI para investigar os contratos de ônibus. Ela será controlada pela base do prefeito Fernando Haddad (PT) na Câmara. Só um dos sete integrantes da comissão será da oposição.

Aeroportos

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras informou que irá fazer uma série de manifestações na próxima terça-feira nos aeroportos das principais capitais brasileiras. Segundo nota publicada em seu site, a CTB informa que o objetivo é "fortalecer esse momento de mobilização".

"Belíndia"

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, afirmou que os protestos no país não estão sendo realizados pelos mais pobres. "Pessoas que estão no lado belga da "Belíndia" talvez tenham razões para não estarem satisfeitas", disse. A expressão "Belíndia", criada pelo economista Edmar Bacha, define as desigualdades do Brasil, que mistura a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia. Neri disse que a renda dos 10% mais pobres no país cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos.

6 mortes

Subiu para seis o número de mortes ligadas à onda de manifestações pelo país. Em Belo Horizonte, o estudante Douglas Henrique Oliveira, de 21 anos, morreu ontem. Ele caiu de um viaduto em protesto na quarta-feira. No mesmo dia, um jovem de 16 anos morreu atropelado por um caminhão que desviou de uma manifestação em Guarujá (SP).

Bombas acabam

A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro precisou empenhar (reservar no orçamento para pagamento posterior) R$ 1,6 milhão para repor emergencialmente o estoque de bombas de gás lacrimogêneo do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que ficou praticamente zerado após a onda de protestos que teve início em 6 de junho no Rio.

Tinta rosa

Para enfrentar vândalos que estão se aproveitando das manifestações para depredar o patrimônio público e saquear lojas, a Guarda Municipal de Campinas está usando tinta rosa. Segundo a Guarda, a marcação tem um efeito moral e inibidor do vandalismo.

Passe livre

Os estudantes do Rio Grande do Sul terão passe livre nos ônibus intermunicipais em quatro macrorregiões, entre elas a Grande Porto Alegre. Foi o segundo estado a tomar essa iniciativa. Na terça-feira, a Assembleia Legislativa de Goiás aprovou projeto que cria o passe livre a estudantes da região de Goiânia cadastrados em programas sociais estaduais e federais. (Das agências)

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