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MP ajuíza ação contra bar que criou Quadra Cultural

Ação de interdição se baseia em denúncias de barulho e baderna do lado de fora do bar | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Ação de interdição se baseia em denúncias de barulho e baderna do lado de fora do bar (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

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O Ministério Público (MP) do Paraná ajuizou uma ação civil pública para impedir a realização de eventos culturais e apresentações musicais nas imediações do bar O Torto, no bairro São Francisco, em Curitiba. Entre as ações organizadas pelo estabelecimento está a Quadra Cultural.

Apesar de a ação ter sido motivada por vistorias feitas pela Polícia Militar em setembro do ano passado, a iniciativa do MP ocorre justamente no momento em que a realização da Quadra Cultural é questionada por moradores e comerciantes da região, que reclamam da falta de estrutura para receber o evento. A ação ajuizada pelo promotor Sérgio Luiz Cordoni vai mais além e pede, inclusive, a interdição do bar. Cordoni é o mesmo promotor que pediu na Justiça – e conseguiu – a interdição da Pedreira Paulo Leminski.

Conforme nota divulgada pelo MP, uma operação da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) flagrou o uso de bebidas e drogas nas imediações do bar O Torto, além da aglomeração de pessoas que causariam barulho excessivo em frente do local, na Rua Paula Gomes. A ação civil foi ajuizada na última sexta-feira na 2.ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba e pede a imposição de uma diária para o caso de descumprimento da medida.

Outro lado

O proprietário do bar, Arlindo Ventura, mais conhecido como Magrão, afirma que encaminhou alvarás e documentos ao MP, após um pedido formal do órgão. Ventura diz que ainda não foi citado oficialmente pela Justiça e não tem conhecimento dos argumentos usados pelo promotor.

Em relação à Quadra Cul­­tural, ele reforça que o evento sempre contou com todas as licenças necessárias concedidas pelos órgãos públicos. Neste ano, conforme Ventura, foram contratados 35 seguranças privados para o evento, que ocorreu no último dia 16. Ele também cita que outras medidas foram tomadas para garantir que não houvesse incômodos aos moradores e estragos aos imóveis da região, como a proibição da venda de bebidas destiladas por todos os bares das imediações e a contratação de 15 pessoas para fazer a limpeza do local ao término das apresentações.

Para o presidente da Fun­­dação Cultural de Cu­­ritiba, Marcos Cordiolli, o posicionamento do MP reforça a necessidade de se pensar em alternativas para a realização da Quadra. "Vamos falar com o Magrão para que possamos procurar outro local em que o evento não se descaracterize e possa crescer. Mas, se for para a Quadra ficar na Rua Paula Gomes, vamos buscar as melhorias necessárias para também atender os moradores", reforça.

Discussão sobre abaixo-assinado invade internet

O anúncio do abaixo-assinado feito por moradores do São Francisco contra a Quadra Cultural e a tentativa de interdição do bar O Torto pelo Ministério Público (MP) causaram discussões acaloradas nas mídias sociais ontem. Até as 18 horas, a reportagem da Gazeta do Povo sobre o episódio já tinha mais de 70 comentários no site do jornal, tanto favoráveis quanto contra o evento.

No Facebook, internautas chegaram a sugerir a realização de um novo abaixo-assinado, desta vez em defesa da Quadra Cultural. As principais críticas tiveram como alvo os moradores das imediações que teriam se posicionado contra as apresentações na Paula Gomes. "Nunca vi alguma reportagem dos moradores de outras cidades reclamando de algum evento festivo que acontece por lá! Já se foi a Pedreira, ano-novo e agora a quadra", argumentou a universitária Juliana Xavier.

Por outro lado, moradores do São Francisco voltaram a criticar a falta de estrutura e o barulho causado pelos frequentadores do Torto e de outros estabelecimentos da região – seja no dia da Quadra Cultural ou nos fins de semana. "A gente não consegue conversar dentro de casa por causa dos shows. É muito chato porque fazemos um monte de concessões e ninguém olha para nós. Ninguém tem a real noção do que a gente passa", falou Caroline Costa, moradora de um prédio na Rua Paula Gomes.

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