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Ideologia de Gênero

MP apura caso de transexual que filmou menino chorando por ser obrigado a usar peruca

A transexual, que era assessora parlamentar da deputada estadual Marinor Brito (PSOL), assumiu função na Prefeitura de Belém (foto) em março deste ano, após nomeação do prefeito Edmilson Rodrigues, também do PSOL. (Foto: )

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O Ministério Público do Estado do Pará (MP-PA) está apurando possível prática de atentado contra a integridade psíquica de um menino de sete anos que foi filmado pela sua responsável legal – a transexual Bárbara Pastana – usando peruca contra a sua vontade.

No vídeo (veja abaixo), publicado nas redes sociais de Bárbara na sexta-feira (3), o menino aparece chorando e dizendo que não gosta de usar peruca, enquanto ela ri. Na legenda, ela publicou: “Ele fica louco quando quero pentear minhas perucas e uso a cabeça dele como molde kkkkkkkk”.

Bárbara Pastana é fundadora do movimento LGBT no Pará, filiada à Associação Nacional de Travestis e Transexuais e é a primeira transexual no estado do Pará a conseguir a adoção de uma criança na Justiça. Após a repercussão negativa do caso ela, que até então era coordenadora da Casa Dia – órgão da Prefeitura de Belém que presta assistência a portadores de HIV –, apagou o vídeo, desativou suas redes sociais e pediu exoneração do cargo.

Promotora cita constrangimento psicológico. Conselho Tutelar é acionado

A promotora de justiça Leane Barros Fiuza de Mello, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância e da Juventude, do MP-PA, encaminhou, no mesmo dia da publicação do vídeo, um ofício à Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de Belém pedindo a apuração do caso.

Para a promotora, há indícios de que a transexual estaria submetendo a criança a constrangimento psicológico e exposição vexatória nas redes sociais. Leane cita, no ofício, que a conduta estaria “infringindo grave sofrimento ao infante”.

O artigo 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata do crime de submissão a situação vexatória, prevê pena de seis meses a dois anos de prisão para quem "submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento".

No final de semana, a promotora de justiça Ana Maria Magalhães encaminhou ofício ao Conselho Tutelar de Belém pedindo acompanhamento do caso e requereu à Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca) a instauração de procedimento investigatório para apuração dos fatos.

“O caso foi distribuído nesta segunda-feira (5) pela Coordenadoria da Infância e Juventude de Belém aos promotores de Justiça Nadilson Portilho Gomes (área criminal) e Síntia Bibas Maradei (área cível), que acompanharão os desdobramentos e tomarão as providências necessárias”, cita nota do MP-PA enviada à Gazeta do Povo.

Bárbara Pastana pede exoneração do cargo na Casa Dia

Nesta segunda-feira (5), Bárbara pediu exoneração do seu cargo de coordenadora da Casa Dia. A transexual, que anteriormente era assessora parlamentar da deputada estadual Marinor Brito (PSOL), havia assumido a função em março deste ano após nomeação pelo prefeito Edmilson Rodrigues, também do PSOL, que assumiu o Executivo municipal no início deste ano.

À reportagem, Bárbara disse que o episódio envolvendo seu filho se tratou de “uma simples brincadeira” que reconhece que foi errada. Ela diz que a repercussão do caso se deve a um “ataque político” devido à sua indicação à coordenação da Casa Dia. “Meu filho estuda na melhor escola do bairro, faz futebol, natação. Não vive num mundo de pessoas femininas. Estão fazendo ataques à minha posição como gestora dentro do governo”. Ela citou ainda que as críticas se tratam de “ataques transfóbicos, misóginos, racistas e machistas” por conta do seu cargo.

* Veja o vídeo abaixo:

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