Ponta Grossa Depois da intervenção da polícia e do Conselho Tutelar, agora é o Ministério Público que vai cobrar do Pronto-Atendimento (PA) Infantil de Ponta Grossa explicações para a falta de médicos, as longas filas de espera e o mau atendimento. Ontem, o promotor Fuad Faraj abriu inquérito para apurar as denúncias contra o PA e o contrato de terceirização, firmado com a prefeitura em março. A prefeitura e a Sociedade Madre Paulina, responsável pelo hospital, têm cinco dias para apresentar os contratos e as soluções para sanar os problemas. Paralelamente ao processo, o Conselho Tutelar prepara um relatório sobre o atendimento, que será entregue ao MP e à Promotoria da Infância e Juventude.
As providências foram tomadas depois de inúmeras reclamações contra o PA. O estopim foi sexta-feira passada, quando o único médico plantonista foi embora antes que outro chegasse, deixando cerca de 40 crianças aguardando atendimento. Antes desse caso, pelo menos outros dois foram relatados pelos pacientes. "A população não pode ficar padecendo com a incompetência da gestão de um serviço que é essencial", afirmou o promotor.
Ontem, o Conselho Tutelar esteve novamente no PA e a situação encontrada foi praticamente a mesma de sexta-feira passada. Segundo o conselheiro Sérgio Freitas, apenas um médico estava atendendo e cerca de 100 pessoas aguardavam a consulta. Durante a tarde, o PA ficou sem médico por meia hora. Duas crianças que chegaram por volta das 15 horas com vômito e dor de cabeça aguardavam deitadas no chão. Com a senha 202, Rosilda Canetti, mãe de uma delas, temia não conseguir a consulta ainda ontem. "Já avisaram que iriam atender até a senha 172", disse. Até as 17h20, eles ainda não tinham sido atendidos.
O presidente da Sociedade Madre Paulina, Antônio Mansur, reconhece as longas esperas por consulta, mas diz que a demora é causada pela demanda excessiva de pacientes. "Estão fechando postos de saúde na cidade e as pessoas se concentram todas aqui. Além disso, estamos atendendo pacientes de cidades vizinhas", diz. Outra questão levantada por Mansur é a carência de médicos em Ponta Grossa. Segundo ele, a sociedade vem anunciando vagas desde março, mas nenhum médico se apresentou.
O contrato de seis meses firmado com a prefeitura em março previa 400 atendimentos por dia, ao valor de R$ 8,16 cada. Mas, segundo o médico, a média de atendimento chega a 500 pacientes/dia. De acordo com Mansur, a sociedade oferece 18 médicos, que se intercalam no atendimento. "A gente não está vencendo o volume de atendimento", diz. A prefeitura informou que convocará uma reunião entre o Conselho Municipal de Saúde e a comissão de saúde da Câmara Municipal para tentar solucionar os problemas do PA.
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