Uma investigação do Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) em parceria com a Polícia Civil de Minas confirmou que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) foi fraudado. Segundo o delegado da Polícia Civil Antônio Prado, a quadrilha conseguiu os cadernos de questão antes da aplicação das provas, no Mato Grosso. Segundo as investigações, entre 15 e 20 candidatos tiveram acesso às respostas. As informações são da Agência Brasil.
De acordo com o delegado, a polícia tem os registros das comunicações feitas entre os envolvidos na fraude. As investigações, que começaram em abril, apontam indícios de um esquema lucrativo que há anos pode estar fraudando vestibulares e o Enem.
O grupo é considerado pela polícia uma das principais organizações criminosas especializadas em fraudar vestibulares no país. No último domingo, 23 de novembro, 11 pessoas foram presas em flagrante, repassando o gabarito das provas, por ponto eletrônico, a 22 candidatos que prestavam vestibular para a Faculdade de Ciências Médicas, em Belo Horizonte. Outra pessoa foi presa na última terça-feira. Os 12 integrantes estão presos preventivamente.
O grupo contava com "pilotos", pessoas com alta capacidade intelectual, que faziam parte das provas rapidamente, saíam com os resultados das questões e repassavam o gabarito para os candidatos, compradores das vagas, por meio de transmissão eletrônica.
As vagas para os vestibulares, conforme apurado, custavam entre R$ 50 mil e R$ 70 mil. Os operadores da fraude poderão responder pelos crimes de formação de organização criminosa, fraude em certame de interesse público, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
Procurado, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disse que não foi informado, nem sequer contatado, pela Polícia ou pelo MP sobre o teor das investigações.
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