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Brasília O Ministério Público Militar denunciou ontem seis controladores de vôo cinco militares e um civil que participaram do movimento que paralisou as atividades do Cindacta-1 e levou o caos ao sistema aéreo do país, no dia 30 de março. Os cinco militares foram acusados de motim e o civil, de crime de incitamento. Caso a juíza Zilah Petersen, da Justiça Militar, aceite a denúncia, os envolvidos se tornarão réus de um processo que pode durar até dois anos, já incluído o prazo de recurso. O Código Penal Militar prevê reclusão de quatro a oito anos para um condenado por motim e de dois a quatro anos no caso de incitamento.
O procurador da Justiça Militar, Giovanni Rattacaso, e os promotores Jaime Miranda e Ana Carolina Scultori concluíram que os cinco militares, ao paralisarem o tráfego aéreo na região do Cindacta 1, desafiaram a autoridade do comandando do centro. O único civil denunciado foi o controlador Marco Espíndola, supervisor regional da área de São Paulo. Ele teria incitado militares em serviço a descumprirem a ordem de manter o controle de tráfego aéreo funcionando.
Os cinco militares denunciados são todos da Aeronáutica: os suboficiais Luiz Marques, Florisvaldo Salles e José Tadeu Tavares; o primeiro sargento Roberto César Pereira; e o segundo sargento Wellington Fábio Lima. Naquele dia, vários controladores fizeram uma mobilização nas dependências do Cindacta-1 contra as condições de trabalho e chegaram a fazer greve de fome em protesto contra a transferência de um controlador para uma unidade em Santa Maria (RS).