Nove policiais militares envolvidos na operação que resultou na morte de 12 suspeitos e em ferimentos em outros seis, na madrugada de 6 de fevereiro, no bairro do Cabula, em Salvador, foram denunciados à Justiça por homicídio e tentativa de homicídio, nesta segunda-feira (18) pelo Ministério Público do Estado da Bahia. Os promotores responsáveis pelo caso, Davi Gallo, José Emmanoel Lemos, Cassio Marcelo de Melo e Ramires Tyrone também pediram a prisão preventiva dos policiais, com o argumento de garantir o andamento das investigações e a realização da reprodução simulada do evento.

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Segundo o MP, há indícios de que os suspeitos, que teriam sido flagrados momentos antes de atacar um caixa eletrônico, tenham sido executados depois de serem rendidos pelos policiais. “Ainda não é possível dizer o que ocorreu, mas as investigações mostram que não foi como os policiais relataram”, afirma o promotor Davi Gallo.

Segundo a versão oficial, os policiais foram recebidos a tiros ao chegar para averiguar a atuação do grupo, após a corporação receber uma denúncia. Depois do suposto confronto, a polícia apresentou 16 armas e 12 coletes à prova de bala que estariam em posse dos suspeitos. Segundo o relato dos policiais, parte do grupo estava escondida em trechos de matagal na região, com roupas camufladas semelhantes às usadas no Exército, monitorando a área para dar segurança aos demais.

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À época, a ação policial foi elogiada pelo secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, e pelo governador Rui Costa (PT). “Criminoso que quiser enfrentar a polícia vai ter resposta à altura”, disse o secretário. Já o governador chegou a comparar a atuação dos policiais à de jogadores de futebol, que “precisam definir em segundos” a forma de concluir uma jogada. “Se for um golaço, todos vão bater palmas e a cena vai ser repetida várias vezes na TV, mas se o gol for perdido, o artilheiro vai ser condenado”, explicou.

O chefe do executivo baiano diz que não vai “tolerar ações ilegais” por parte de integrantes da polícia, mas que, no caso, parte do pressuposto da inocência dos policias envolvidos na ação. O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que também abriu inquérito para investigar o caso, promete concluir a análise até o próximo dia 29.