Na véspera do aniversário de um ano do desabamento do edifício Liberdade e de outros dois prédios vizinhos, no centro do Rio de Janeiro, o Ministério Público Estadual (MPE) denunciou à Justiça seis pessoas pelo acidente, que causou a morte de 22 pessoas. Eles são acusados pelo crime de desabamento ou desmoronamento, previsto no artigo 256 do Código Penal.
O promotor Alexandre Murilo Graça se baseou no inquérito concluído em maio pela Polícia Federal (PF), que atribuiu o desabamento a reformas irregulares realizadas pela empresa TO Tecnologia Organizacional no 9.º andar do prédio. Foram denunciados Sérgio Alves de Oliveira, sócio e administrador da empresa; Cristiane Azevedo, funcionária administrativa da TO; e Gilberto Figueiredo Castilho Neto, André Moraes da Silva, Wanderley Muniz da Silva e Alexandro da Silva Fonseca Santos, que executaram a obra, como mestres de obra e pedreiros.
O inquérito da PF também responsabiliza o síndico do edifício, Paulo Renha, de 83 anos, mas ele sofreu uma parada cardíaca e morreu ontem e, por isso, não foi denunciado. O desabamento foi investigado pela PF porque os prédios que desabaram eram vizinhos do Theatro Municipal e o acidente teria abalado o imóvel, que é protegido pela União. O inquérito foi encaminhado ao Ministério Público Federal, que não denunciou ninguém alegando que não ficou provado nenhum prejuízo ao teatro e que, por isso, a denúncia caberia ao MPE.