O Ministério Público do Paraná (MP-PR), que investiga a morte da menina Tayná Adriane da Silva, 14 anos, informou ontem que há provas da participação dos quatro acusados no crime. O órgão também adiantou que há indícios de que a jovem tenha sofrido algum tipo de violência sexual. A menina foi encontrada morta em 28 de junho, em Colombo, na região metropolitana, três dias depois de ter desaparecido.
"Existem provas contra eles [os quatro acusados que estão presos] e estamos colhendo outros indícios, que serão avaliados até a segunda-feira (15)", disse o promotor Paulo Sérgio Markowicz de Lima, designado para acompanhar o caso. Na segunda-feira, vence o prazo para o MP-PR se pronunciar sobre o caso: se oferece denúncia à Justiça contra os acusados, se arquiva o caso ou se solicita um novo prazo para mais diligências.
Nesta semana, o MP-PR recebeu oficialmente três laudos periciais: de necropsia, de local de morte e de DNA do sêmen encontrado na calcinha de Tayná. O promotor pediu uma série de laudos complementares para embasar a investigação. Como o caso segue sob segredo de Justiça, Lima não divulgou detalhes dos exames periciais, mas garantiu que é possível afirmar que a menina sofreu violência física e que há indícios de que tenha havido violência sexual.
Tortura
O depoimento dos quatro homens presos suspeitos de envolvimento na morte estava programado para a noite de ontem no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Segundo o coordenador do órgão, promotor Leonir Batisti, o objetivo da declaração é de que os acusados detalhassem as supostas torturas que sofreram após terem sido detidos.
"Ontem [quinta-feira] nós já havíamos ouvido-os informalmente no local onde estão presos, mas queremos detalhar essas denúncias. As roupas que eles usavam também foram apreendidas e serão periciadas", disse o promotor.
De acordo com os relatos, os suspeitos teriam sido agredidos em pelo menos quatro locais diferentes, sob custódia do Estado: nas delegacias do Alto Maracanã, de Campo Largo e de Araucária, além da Casa de Custódia. A tortura teria incluído surras em pau-de-arara, choques elétricos e até empalamento.
O promotor Paulo Lima ressaltou que é preciso apurar se as torturas ocorreram como forma de forçar os acusados a confessar o crime ou se foi posterior a isso; e se as agressões foram cometidas por agentes públicos ou por presidiários.
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