O Ministério Público (MP) entrou com uma ação na Justiça, na quarta-feira (6), para tentar impedir a realização Marcha da Maconha em Curitiba, prevista para acontecer no sábado (9). O MP entende que o ato faz apologia ao uso da droga, que é proibida em todo o território nacional.
Os organizadores da Marcha da Maconha dizem que o movimento tem como objetivo pedir uma mudança nas leis de políticas públicas da droga no Brasil, assim como em outros usos, como o industrial e medicinal. A organização da Marcha da Maconha Brasil afirma que não incentiva o uso da erva de forma alguma entre seus participantes.
Para o procurador de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Leonir Batisti, o MP, enquanto instituição encarregada de fiscalização social, entende que a marcha defende o uso da droga. "Não somos contra o debate, este é um assunto para ser debatido com opiniões diversas, porém não é uma marcha que fará isso", afirmou Batisti.
"Não é apologia, é um pedido de alteração da lei", diz Marco Magri, cientista social que faz parte do movimento. Magri explica que o ato busca fazer com que a sociedade pense na mudança das leis das drogas no Brasil, "assim como ocorreu com a Constituição, durante as Diretas Já".
Batisti diz que este tipo de marcha tem o pretexto de liberdade de expressão, porém, não é uma maneira correta de se fazer uma discussão de ideias. "Se eles quisessem um debate, que fizessem dentro de universidades com pessoas que entendem do assunto".
Caso a Justiça proíba a realização da Marcha da Maconha em Curitiba, a organização do evento provavelmente entrará com um pedido de habeas corpus ou um mandado de segurança. "Nós já esperávamos que o MP tentasse impedir a marcha em Curitiba", disse Magri. "Vamos aguardar o resultado para tomar alguma atitude".
O movimento Marcha da Maconha no Brasil estava previsto para ocorrer em 14 cidades do País, porém nos estados da Bahia, Ceará, Goiás e Paraíba, o evento foi proibido por fazer apologia ao uso da droga. Neste sábado, além de Curitiba, a marcha está prevista para acontecer nas cidades de Americana (SP), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Juiz de Fora (MG), Porto Alegre (RS) e Rio de Janeiro (RJ).