O Ministério Público (MP) do Paraná investiga o uso de mais de 500 diplomas falsos em Maringá. Todos os certificados são relacionados ao ensino à distância, de níveis médio e fundamental. A informação foi confirmada pelo promotor dos Direitos Constitucionais e da Educação, Maurício Kalache, nesta terça-feira (16).
Com os diplomas falsos, algumas pessoas conseguiram até a aprovação em concursos públicos e vestibulares, segundo o promotor. O caso que mais chama a atenção é o de uma servidora do estado que, mesmo com o diploma de ensino médio considerado inválido, foi aprovada em um vestibular e no próprio concurso da vaga que assumiu.
"Não tenho conhecimentos se ela [a servidora aprovada com um diploma considerado falso] frequentou aulas ou não. O que chama atenção é que ela tinha conhecimento, já que passou no vestibular e no concurso. Provavelmente ela foi uma vítima da instituição, que não era reconhecida pelo Conselho Estadual de Educação [CEE]. No entanto, ainda não há como afirmar isso", disse o promotor.
As instituições envolvidas na emissão dos diplomas sem validade declaram ter sedes no Rio de Janeiro e no interior de São Paulo, de acordo com Kalache. Elas cobram, em média, R$ 2 mil por certificado falsificado. "Esse tipo de crime gera lucros extraordinários, já que quase não há gasto. Para que haja a irregularidade, basta um papel, uma impressora e um interessado."
O uso de diplomas falsos é comum em concursos públicos, vestibulares e até em empresas privadas, segundo o promotor.
Pente-fino
Kalache recomendou que todas as empresas e instituições de ensino superior façam um pente-fino para tentar identificar diplomas sem validade. Além disso, ele pediu que os estudantes que se sentirem vítimas de instituições que emitem diplomas falsos procurem o Núcleo Estadual de Educação (NRE) para a regularização do ensino.
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