Um inquérito civil público foi instaurado nesta quinta-feira (26) pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) para investigar os efeitos ocasionados pela greve dos médicos-residentes no estado. Para isso, foram solicitadas informações aos hospitais afetados pela paralisação, ao Conselho Regional de Medicina e à Associação dos Médicos Residentes do Paraná (Amerepar).
O órgão também informou que representantes dos hospitais Nossa Senhora da Luz e Evangélico, além de integrantes da Amerepar serão convocados para prestar esclarecimentos.
O objetivo principal do inquérito é evitar que o atendimento à população nos hospitais seja prejudicado. Um ofício foi enviado para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) solicitando informações sobre as providências que têm sido tomadas para se evitar transtornos. O MP ainda expediu uma recomendação administrativa para que ocorra o redirecionamento de serviços que deixaram de ser prestados a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Curitiba
Na manhã desta quinta-feira, os médicos-residentes de Curitiba que estão em greve realizaram uma ação de doação de sangue no Hospital de Clínicas (HC), da Universidade Federal do Paraná (UFPR). No HC, 170 dos 276 residentes cruzaram os braços. No local, segundo a assessoria de imprensa, houve apenas reagendamento de consultas e de cirurgias não-emergenciais.
No Hospital Evangélico, em três dias, cerca de 900 consultas foram canceladas, mas os pacientes foram avisados antecipadamente e não houve tumulto no atendimento. Na Santa Casa, algumas consultas do setor de oftalmologia foram canceladas nesta quinta.
Cerca de 20 dos 45 médicos-residentes do Hospital Pequeno Príncipe, que iriam aderir ao movimento na quarta-feira, resolveram não participar da greve. Os residentes do Hospital Cajuru também não paralisaram as atividades.
Atendimentos de emergência e urgência de todos os hospitais seguem sem alterações.
Reivindicações
O início da mobilização da categoria em todo o país começou no último dia 17. Os médicos-residentes reivindicam reajuste da bolsa-auxílio, que passaria de R$ 1.916 para cerca de R$ 2,7 mil, auxílio-moradia e alimentar, reajuste anual, ampliação da licença-maternidade, supervisão constante dos professores e respeito às 60 horas de trabalho semanais.