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O Ministério Público do Rio Grande do Sul pediu à Justiça que determine a quebra de sigilo de dados do ex-deputado federal Jean Wyllys e a remoção de uma publicação no Twitter com críticas ao governador do Estado, Eduardo Leite. A solicitação do MP atende a uma ação apresentada pelo governador gaúcho, na última quinta-feira (20).
Em 14 de julho, após Leite anunciar a continuidade do programa de escolas cívico-militares no Estado, Wyllis criticou a decisão, citando “homofobia internalizada”.
"Que governadores heteros de direita e extrema-direita fizessem isso já era esperado. Mas de um gay…? Se bem que gays com homofobia internalizada em geral desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes; se for branco e rico então… Tá feio, bee!", escreveu o ex-deputado.
Segundo Eduardo Leite, as declarações de Jean Wyllys são preconceituosas, discriminatórias e homofóbicas, e que não podem ter toleradas independente da orientação política ou da cor da bandeira.
No pedido de medida cautelar contra Wyllys, o promotor de Justiça David Medina da Silva fundamenta que, “através da manifestação efetuada pelo suspeito, é possível afirmar que, inobstante críticas ao governo sejam inerentes à Democracia, Jean Wyllys ultrapassou os limites da liberdade de expressão, ofendendo a dignidade e o decoro do Governador do Estado, sobretudo considerando o alcance da publicação, que, em 20.07.2023, às 18h, contava com 543 retweets, 297 tweets com comentários e 5.218 curtidas, além de mais de um milhão de visualizações”.
Para o promotor, as alegações do investigado representam ofensas homofóbicas, incitando discriminação e preconceito contra minorias. “O suspeito manifestou-se, em seu perfil do Twitter, de forma criminosa”, reforçou o promotor.
Criticado até mesmo por parte da esquerda pelos frequentes comentários de ódio contra adversários políticos, Jean Wyllys deve ser nomeado nas próximas semanas para ocupar um cargo na Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Lula (PT).