O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu nesta sexta-feira denúncia à Justiça, por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), contra quatro médicos, uma enfermeira e dois auxiliares de enfermagem do interior paulista, acusados das mortes de três pacientes, em janeiro deste ano, após exame de ressonância.

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Os médicos José Luiz Cury Marins, Adilson Prando, Patrícia Prando Cárdia e Marcos Marins, além da enfermeira Elaine Rosa Macedo dos Réus, também foram denunciados por fraude processual. Foram denunciados, ainda, os auxiliares de enfermagem Laurinda Rosa Venâncio e Carlos Augusto Moises. Manoel Pereira de Souza, Pedro José Ribeiro Porto Filho e Mayra Cristina Augusto Monteiro tiveram embolia gasosa provocada pela introdução intravascular do composto perfluorocarbono (FC-770) durante o exame.

"Todos agiram culposamente, deixando de tomar as cautelas necessárias para evitar a inadvertida utilização da substância química em pacientes, o que era previsível e evitável, caso tivessem observado o dever objetivo de cuidado", disse, na denúncia, o promotor de Justiça Carlos Eduardo Ayres de Farias.

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Segundo a investigação policial, houve uso do perfluorocarbono de utilização industrial, sem autorização da Anvisa em exames de ressonância magnética, em substituição ao contraste, cujo o conteúdo era reaproveitado e reutilizado em outros exames. Além de falhas no procedimento padrão, a polícia ainda apontou que a supervisão da radiologia geral e ressonância magnética foi delegada à enfermeira chefe que, segundo a denúncia, não tinha qualificação ou conhecimento técnico para exercer a função, bem como para o treinamento de seus auxiliares, que armazenavam o composto tóxico em bolsas de soro fisiológico, sem nenhuma identificação.

"Após as mortes, agindo de forma dolosa, previamente conluiados, os quatro médicos responsáveis pela clínica e a enfermeira chefe inovaram artificiosamente o estado de lugar e de coisa, com o fim de inviabilizar a investigação e a consequente conclusão sobre a causa da morte das vítimas, com a intenção de ocultar a ocorrência de crime culposo, animados por tentar preservar a boa reputação da empresa", acrescenta o promotor.