O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aguarda apenas um relatório da corregedoria da Polícia Militar (PM) para tomar providências junto à Justiça contra os 40 policiais que atuaram no sequestro da jovem Eloá Pimentel, 15 anos, em Santo André, no ABC paulista. Segundo a promotora do caso, Eliana Passarelli, os envolvidos são investigados por infrações e erros cometidos durante as cem horas de cárcere privado. Entre eles, por constrangimento ilegal, prevaricação, delação de sigilo, exposição de criança e negligência. Se condenados, os PMs podem ficar presos por cerca de 15 anos e perder a patente militar.
Eloá foi assassinada pelo ex-namorado Lindemberg Alves, 22, após cerca de quatro dias de cárcere privado. A melhor amiga de Eloá, Nayara Rodrigues, 15, também foi feita refém. Ela levou um tiro na boca, mas a bala se instalou em sua arcada dentária, não provocando danos maiores. O inquérito da MP-SP aponta que Nayara - que foi libertada do cativeiro, mas voltou ao local dois dias depois - foi entregue a Lindemberg por negligência da polícia. No entanto, a versão oficial da PM é de que a amiga de Eloá descumpriu um acordo para que não retornasse ao apartamento.
O crime ocorreu após o Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar invadir o apartamento onde ocorria o sequestro. Grande parte dos investigados e possíveis indiciados integra o Gate, que assumiu o caso desde o início. O MP-SP ainda espera esclarecer o motivo do irmão de Eloá ter participado das negociações e por que a Polícia Civil não foi informada sobre o incidente, cumprindo norma da Secretaria de Estado de Segurança Pública.
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