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O Ministério Público Estadual (MPE) pediu à Justiça, nesta quinta-feira (21), a internação provisória em uma unidade da Fundação Casa dos três adolescentes suspeitos de estuprar uma estudante, no último dia 12, dentro do banheiro masculino da Escola Estadual Leonor Quadros, no Jardim Miriam, na zona sul de São Paulo.

Um promotor da Vara da Infância e da Juventude ouviu, também nesta quinta (21), um dos menores de idade que participou do ataque contra a menina de apenas 12 anos. Os outros dois não foram localizados pelo MPE.

‘São ficha limpa’, diz advogada de menina que relatou estupro em escola

Folhapress

Os três adolescentes suspeitos de estuprar uma menina de 12 anos no banheiro de uma escola em São Paulo não tinham antecedentes criminais, segundo a advogada Yasmin Vasques Chehade, que acompanha a família da própria vítima. “São ficha limpa, primários”, afirmou ela.

Essa condição, na avaliação da advogada, não deve ser justificativa para que uma medida exemplar deixe de ser tomada. “Tem que mostrar para a sociedade que isso é errado. Estuprar pessoas é errado. Uma menina, uma criança. Não podemos permitir isso.”

Dois adolescentes foram ouvidos pela polícia —um deles confessou o crime. O terceiro teria fugido.

Segundo Yasmin, a vítima vem sofrendo ameaças, o que mostraria que são “infratores delinquentes”.

Por isso, o órgão também pediu ao Tribunal de Justiça de São Paulo uma ordem de busca e apreensão dos outros dois adolescentes. Um deles conseguiu fugir com a família do bairro onde moravam, no último final de semana. Até as 19 horas, o TJ não havia confirmado se a Justiça aceitou os dois pedidos feitos pela Promotoria.

A advogada da estudante, Yasmin Vasques Chehade, comemorou a postura do MPE, mas criticou a demora para o caso ser solucionado. “Se a escola tivesse tomado as medidas cabíveis no momento, esses jovens já estariam internados em flagrante”, afirmou.

O processo foi entregue na Vara da Infância e da Juventude na manhã de quarta-feira. Um dia depois, o promotor assumiu o caso e requisitou a internação dos três adolescentes.

No processo, além do depoimento de um jovem que confessou ter participado do estupro que durou cerca de 50 minutos, também consta uma conversa pelo Facebook que um dos três adolescentes teve com a vítima dias depois do ataque. O jovem também foi ouvido pela Polícia Civil, mas negou participação no crime.

A polícia precisou cruzar os depoimentos da vítima com o do menor de idade que confessou a participação para confirmar a suspeita. “O depoimento do que disse que participou segue a mesma linha do que a menina falou”, afirmou um dos investigadores do caso.

Apesar do laudo feito pelo Hospital Pérola Byington, especializado em violência sexual contra as mulheres ter sido inconclusivo, ele atesta que a jovem teve ferimentos compatíveis com “tentativa de conjunção carnal”. Mas, no entendimento da Polícia Civil, a estudante de 12 anos foi estuprada.

Conversa

O Estado teve acesso a uma troca de mensagens entre o adolescente que negou e a vítima. “Oi, eu sou o moleque que você está acusando. Gostaria de saber só a verdade porque estou muito triste que você está me acusando. Você tem certeza de que fui eu?.”

A menina responde que sim, pede para o jovem não falar mais com ela e diz como está se sentindo. “Por que você fez isso? Não sabe o lixo que estou me sentindo. Vocês acabaram comigo. Infelizmente, eu nunca mais vou esquecer isso”, respondeu a estudante.

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