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MPF abre inquérito para apurar papel das redes sociais contra “violência digital”

Procurador do MPF abre inquérito para apurar papel das redes sociais contra “violência digital”
Prédio do MPF em Brasília (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

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O procurador Yuri Corrêa da Luz, do  Ministério Público Federal (MPF), abriu uma investigação, nesta segunda-feira (8), para apurar a maneira como as plataformas de rede social Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e TikTok, além dos aplicativos de troca de mensagens WhatsApp e Telegram, estão atuando contra “práticas organizadas de desinformação e de violência no mundo digital”.

Na portaria que instaura o inquérito, determina-se que as plataformas devem apresentar uma série de informações, no prazo de dez dias, referentes a suas políticas de uso, condutas que violem seus termos, canais de denúncias e recursos (humanos e financeiros) aportados para combater as práticas, dentre outras.

No documento, ele pede que uma cópia da portaria seja encaminhada, para ciência, aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes – que conduz os inquéritos 4.874 e o 4.871, chamado “Inquérito das Fake News”, que apura suposta divulgação de notificas falsas e ataques a integrantes da Corte – e Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além dos senadores Omar Aziz e Renan Calheiros, respectivamente presidente e relator da CPI da Covid-19.

Procurador se baseou em afirmações da CPI da Covid, questionada por possível parcialidade

Na portaria, o procurador do MPF cita que a CPI da Covid-19 “constatou que nosso país foi palco de verdadeiras campanhas, disseminadas pelas redes sociais, baseadas em conteúdos claramente contrários as evidências técnicas e científicas disponíveis até o momento, gerando enorme confusão na população, por meio de um processo que se convencionou denominar fake news”.

A CPI, conduzida majoritariamente por opositores ao governo, é bastante questionada por apoiadores de Jair Bolsonaro por suposta parcialidade em sua condução e em seu relatório, que indiciou 80 pessoas, incluindo o próprio presidente da República.

Para Luz, além de postagens relacionadas à saúde pública, a citada violência digital abrange também conteúdos de “desinformação sobre o funcionamento das instituições democráticas”, “violência digital contra jornalistas” e conteúdo desinformativo a respeito do sistema eleitoral brasileiro, com “elementos que colocam em xeque a lisura dos pleitos realizados e os resultados advindos das urnas eletrônicas”, segundo palavras do procurador. Para ele, há déficit de efetividade, por parte das plataformas, no enfrentamento de tais práticas.

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