Terminal do Guaraituba: concluído há sete meses e ainda sem uso| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

O Ministério Público Federal (MPF) apura de quem é a responsabilidade pelo abandono do terminal de transporte coletivo Guaraituba, construído em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. A obra está concluída há cerca de sete meses, mas ainda não entrou em funcionamento. Uma reunião, hoje, entre o MPF e dirigentes da Urbanização de Curitiba (Urbs) e da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec) busca uma solução para o impasse.

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O entrave está na falta de entendimento entre os dois órgãos, atualmente dirigidos por grupos políticos adversários. A Urbs, que gerencia o trânsito e o transporte coletivo em Curitiba e as linhas metropolitanas integradas, é uma estatal (empresa de economia mista) controlada pelo município de Curitiba. Já a Comec, responsável pelas obras do terminal, é um órgão estadual.

Enquanto Urbs e Comec não entram em acordo, quem sofre as conseqüências são as 65 mil pessoas que usam o Terminal Alto Maracanã todo os dias. Os usuários enfrentam as péssimas condições do terminal, que está em obras há dois anos. O Terminal Guaraituba, com capacidade para atender 40 mil passageiros por dia, poderia absorver parte do movimento.

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A procuradora da República Antônia Lélia Sanches alega que o abandono do terminal, construído com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é um prejuízo para a população.

A Urbs confirmou a presença do presidente da empresa, Paulo Schmidt, na reunião. A Comec será representada pela diretora-presidente da empresa, Letizia Fiala.

O terminal, segundo a Urbs, é obra do governo do estado e foi construído sem seu conhecimento. Em maio a empresa encaminhou relatório pedindo modificações e apresentou quatro propostas para pôr o terminal em funcionamento. Em todas as propostas, que prevêem ainda a transferência de nove linhas alimentadoras e o uso de novos ônibus, haveria aumento de custos de R$ 233 mil a R$ 467,5 mil.

Na concepção da Urbs, a Comec, além de executar as obras e adaptar a infra-estrutura, deve arcar com os custos da compra de novos veículos e com um possível aumento na quilometragem dos ônibus. Para a Comec, essa responsabilidade é da Urbs.

De acordo com a Comec, as adaptações foram concluídas em agosto e o terminal estaria pronto para operar. Mas, até o momento, não houve resposta da empresa da prefeitura de Curitiba. Já a Urbs alega que o órgão estadual não respondeu à proposta para o funcionamento do terminal.

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