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Voo 3054

MPF unifica inquérito do acidente da TAM

“Há parentes que, depois da tragédia, se recusam a viajar de avião. Estamos firmes na esperança e na cobrança. Nossa luta é para que outras famílias não tenham de passar pela mesma dor que nós.” Dario Scott,  presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Favitam) | Antonio Cruz/ABr
“Há parentes que, depois da tragédia, se recusam a viajar de avião. Estamos firmes na esperança e na cobrança. Nossa luta é para que outras famílias não tenham de passar pela mesma dor que nós.” Dario Scott, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Favitam) (Foto: Antonio Cruz/ABr)

São Paulo - As investigações da Polícia Civil paulista e da Polícia Federal sobre o acidente com o voo 3054 da TAM foram reunidas em um só inquérito, informou no sábado às famílias das vítimas o procurador responsável pelo caso no Ministério Público Federal (MPF), Rodrigo de Grandis. A incorporação das informações da polícia paulista ao inquérito da PF significa uma nova fase no processo de investigação. Os eventuais acusados devem agora responder à Justiça Federal por crimes contra a segurança do transporte aéreo.

Parentes das 199 pessoas mortas no acidente, reunidos no fim de semana em São Paulo, comemoraram a medida. "É um avanço importante para que se chegue aos culpados", disse o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Favitam), Dario Scott, à Agência Estado. O professor de 44 anos perdeu a filha adolescente, de 14 anos, no desastre aéreo de julho de 2007. Cerca de 100 familiares fizeram, na tarde de ontem, manifestação no Aeroporto de Congonhas, palco do acidente.

A junção das informações apuradas pelas duas polícias deve dar fluidez ao processo. Para se ter uma ideia do emaranhado de investigações feitas até agora, em novembro do ano passado, a Polícia Civil indiciou dez pessoas por atentado contra a segurança do transporte aéreo. Entre elas estavam os ex-presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o brigadeiro José Carlos Pereira.

O Ministério Público paulista, por sua vez, alterou alguns nomes, recomendou o indiciamento de 11 pessoas, mas não as denunciou à Justiça Estadual por entender que a questão era de abrangência federal. O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu então as acusações, para evitar a possibilidade de um duplo indiciamento, por parte da Polícia Civil paulista e da PF, que já investigava o caso.

Um dos principais documentos juntados ao material da Polícia Federal é o laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo, que serviu de base para os indiciamentos e aponta falhas da cúpula da Anac, da Infraero, da TAM, dos pilotos do avião e da fabricante do jato, a Airbus.

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