Parentes das vítimas fazem caminhada
Parentes das vítimas do acidente da TAM fizeram ontem caminhada pelo Aeroporto de Congonhas, com paradas em frente ao balcão da companhia aérea e no saguão central. Representantes da associação leram o nome de cada um dos apontados pela Justiça como responsáveis pela tragédia. Levaram ainda flores brancas até o terreno em frente ao aeroporto, onde o avião da TAM caiu após sair da pista de Congonhas em uma aterrissagem malsucedida em 17 de julho de 2007. A manifestação marcou a 17ª reunião das famílias, que se encontram mensalmente ora em São Paulo, ora em Porto Alegre. O voo 3054 vinha da capital gaúcha.
São Paulo - As investigações da Polícia Civil paulista e da Polícia Federal sobre o acidente com o voo 3054 da TAM foram reunidas em um só inquérito, informou no sábado às famílias das vítimas o procurador responsável pelo caso no Ministério Público Federal (MPF), Rodrigo de Grandis. A incorporação das informações da polícia paulista ao inquérito da PF significa uma nova fase no processo de investigação. Os eventuais acusados devem agora responder à Justiça Federal por crimes contra a segurança do transporte aéreo.
Parentes das 199 pessoas mortas no acidente, reunidos no fim de semana em São Paulo, comemoraram a medida. "É um avanço importante para que se chegue aos culpados", disse o presidente da Associação dos Familiares das Vítimas da TAM (Favitam), Dario Scott, à Agência Estado. O professor de 44 anos perdeu a filha adolescente, de 14 anos, no desastre aéreo de julho de 2007. Cerca de 100 familiares fizeram, na tarde de ontem, manifestação no Aeroporto de Congonhas, palco do acidente.
A junção das informações apuradas pelas duas polícias deve dar fluidez ao processo. Para se ter uma ideia do emaranhado de investigações feitas até agora, em novembro do ano passado, a Polícia Civil indiciou dez pessoas por atentado contra a segurança do transporte aéreo. Entre elas estavam os ex-presidentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Milton Zuanazzi, e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), o brigadeiro José Carlos Pereira.
O Ministério Público paulista, por sua vez, alterou alguns nomes, recomendou o indiciamento de 11 pessoas, mas não as denunciou à Justiça Estadual por entender que a questão era de abrangência federal. O Tribunal de Justiça de São Paulo suspendeu então as acusações, para evitar a possibilidade de um duplo indiciamento, por parte da Polícia Civil paulista e da PF, que já investigava o caso.
Um dos principais documentos juntados ao material da Polícia Federal é o laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo, que serviu de base para os indiciamentos e aponta falhas da cúpula da Anac, da Infraero, da TAM, dos pilotos do avião e da fabricante do jato, a Airbus.
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