O Ministério Público Federal (MPF) em Angra dos Reis instaurou inquérito civil nesta quarta-feira (27) para apurar o "evento não-usual" ocorrido há 13 dias na Usina de Angra 2 que resultou na exposição de quatro funcionários a material radioativo. Os procuradores pediram esclarecimentos à Eletronuclear, à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Defesa Civil. Segundo a Cnen, a contaminação já foi eliminada e o problema não trouxe consequência aos funcionários, à população e ao meio ambiente.
O prefeito de Angra, Tuca Jordão (PMDB), afirmou hoje que a Cnen omitiu a informação de que quatro pessoas haviam sido contaminadas no primeiro comunicado sobre o fato, feito por telefone, às 17h35 do dia 15, 1h20 após o problema ter sido constatado. Segundo ele, foi informado apenas que havia ocorrido um "alarme de taxa de atividade alta na chaminé de descarga de gases". Jordão disse que pedirá, na próxima reunião do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (Sipron), que reúne 15 órgãos públicos, na terça-feira, uma mudança na forma de divulgação feita pela Cnen. Segundo ele, os relatórios são vagos.
O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear e presidente interino da Cnen, Laércio Vinhas, afirmou que o procedimento foi correto, mas disse não ter objeção a uma eventual mudança na regra de divulgação dos chamados eventos não-usuais.
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