Londrina – Os estudos para a construção da Usina Hidrelétrica de Mauá da Serra, entre as cidades de Telêmaco Borba e Ortigueira, na região dos Campos Gerais, poderão ser declarados nulos. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (Rima) para a construção da usina no Rio Tibagi foram feitos com base em documentos pinçados ou em simples cópias de estudos anteriores, de diferentes épocas.

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Com base em estudos da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e da Universidade de Maringá (UEM), o MPF entrou com ação civil pública contra o Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), a União, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a CNEC Engenharia S.A. Nos relatórios da UEL, os pesquisadores indicam que áreas que sofreriam grave dano ambiental com a construção da usina não aparecem no EIA/Rima, como se não existissem.

O procurador Akira Omoto denunciou ainda, por improbidade administrativa, o diretor-presidente do IAP e atual secretário de estado do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues, e os consultores técnicos ambientais Ronaldo Luis Crusco e Marco Antonio Villarinho Gomes. Rodrigues não se pronunciou, por desconhecer a ação do MPF e não ter sido notificado.

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Foram constatadas falhas, omissões, inconsistências e contradições no EIA/Rima. O próprio IAP tentou amenizar as falhas nos estudos das empresas e propôs 69 itens para complementação – fato encarado como "maquiagem" pelos cientistas da UEL e da UEM.

Entre os motivos para o MPF pedir o afastamento de Rasca Rodrigues está a edição da Portaria nº 070, que não teve avaliação técnica ambiental e dispensou quatro projetos de usinas (entre eles a de Mauá) de apresentarem estudos de avaliação ambiental. Segundo os procuradores, Rasca Rodrigues "agiu arbitrariamente do início ao fim do processo".