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O número de acampados do MST em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Curitiba aumentou para 1,3 mil. Na segunda-feira, quando houve a ocupação, eles estavam em aproximadamente mil pessoas. Mas segundo os organizadores, chegaram mais ônibus ao local. Os militantes montaram barracas na rua, entre as avenidas Sete de Setembro e Visconde de Guarapuava, no Centro da cidade. O trânsito está bloqueado nessa região – agentes orientam o tráfego e pedem que os motoristas busquem outros caminhos.

Com o intenso movimento de pessoas, incluindo muitas crianças, as condições de higiene são precárias. Os manifestantes precisam ir até a rodoviária para tomar banho e usar o banheiro. A água de que dispõem é fornecida pelo próprio Incra. Para os comerciantes, o bloqueio da rua representa prejuízos. Ontem à tarde, as lojas estavam vazias.

A chuva colaborou para deixar os manifestantes concentrados na rua. Se não fosse o tempo ruim, eles pretendiam fazer uma marcha até a sede da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab), onde aconteceu uma das rodadas de negociação. Segundo o representante da coordenação paranaense do MST, José Damasceno, na Conab eles conseguiram avançar a pauta de reivindicações sobre as cestas básicas. "Temos um acordo com o governo federal que é repassar, no intervalo de 45 dias, uma cesta básica para cada família assentada. O problema é que neste ano eles entregaram apenas uma vez a cesta. E esta já era sobra de 2006", explica Damasceno. A Conab se comprometeu, a partir do primeiro dia de outubro, a deixar as cestas prontas para a entrega.

O fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) também foi discutido na Conab. Para a coordenadora do setor de produção do MST, Martina Unterberger, o PAA é importante para as famílias assentadas porque incentiva a produção agrícola. "É a garantia de que os produtos plantados por nós serão comercializados", diz.

Hoje, 5% da produção das famílias assentadas do MST já tem destino definido. "Queremos aumentar esta política pública de segurança com a compra garantida de 70% da produção", destaca Martina. (PM)

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