Ponta Grossa A unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, está bloqueada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desde o amanhecer de ontem. Cerca de 200 militantes cercam o portão. O protesto tem o objetivo de cobrar agilidade da empresa e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) do Paraná na compra de uma área de 600 hectares, pertencente à Embrapa, que já foi ocupada há quatro anos pelo MST.
O acampamento Emiliano Zapata, localizado a três quilômetros da sede do escritório da Embrapa, na Rodovia do Talco, em Ponta Grossa, conta com cerca de 60 famílias. Eles estão produzindo lavouras com sementes crioulas para subsistência e venda em armazéns de produtos orgânicos. A área foi ocupada em 2003 depois de uma proposta de compra feita pelo Incra à Embrapa para o assentamento dos sem-terra, que até então estavam em barracas nas margens da Rodovia do Talco.
Um dos coordenadores do protesto, Arilson de Assis, afirmou que o tempo de ocupação na frente do portão da Embrapa é indeterminado. "Não vamos sair daqui até que haja uma resposta sobre a compra da área pelo Incra", frisa. Ainda ontem, os militantes ergueram uma barraca que servirá como refeitório e dormitório coletivo dos manifestantes. "Estamos fazendo um revezamento com o pessoal do Emiliano Zapata e do Teixeirinha para ficar aqui", completou. O acampamento Teixeirinha pode ser desocupado nos próximos dias por conta de um mandado de prisão expedido contra o comando da Polícia Militar pelo não cumprimento de ordem de reintegração de posse.
O gerente da Embrapa de Ponta Grossa, Osmar Beckert, fez boletim de ocorrência. O documento será usado no pedido de reintegração que está sendo preparado pelo departamento jurídico da empresa. Hoje está prevista uma reunião entre os militantes e os advogados da Embrapa, vindos de Londrina.
Conforme o superintendente estadual do Incra, Celso Lisboa de Lacerda, o assentamento ainda não foi oficializado porque a Embrapa ainda não providenciou o georreferenciamento da área total, que compreende 3.970 hectares. O processo estaria pronto no Incra. Mas, conforme o chefe da assessoria jurídica da Embrapa, Antônio Nilson Rocha, o georreferenciamento deve ser feito pelo Incra que dispõe de técnicos para o serviço. Ainda conforme Rocha, a empresa já fez o que estava ao seu alcance para colocar o terreno à venda.
Enquanto o MST aguarda a solução do impasse, o gerente da unidade afirma que os dias parados causarão prejuízo às pesquisas de sementes. Além das pesquisas de Ponta Grossa, a fazenda tem parcerias internas com a Embrapa de Londrina, Curitiba, Goiânia (GO) e Sete Lagoas (MG).
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