Campo Mourão – Agências do Banco do Brasil em quatro cidades do estado –Peabiru, Querência do Norte, Quedas do Iguaçu e Bituruna - tiveram ontem atendimento parcial, devido à mobilização de 5 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem–Terra (MST). Eles reivindicam mais empenho do governo federal na reforma agrária e na renegociação das dívidas do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Os sem-terra permitiram apenas o acesso de correntistas aos caixas de auto-atendimento. Em agências de outras 11 cidade onde houve a mobilização, o atendimento foi normal.

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Em Peabiru, a interrupção no atendimento no setor administrativo da agência começou por volta das 10 horas, depois de uma negociação com a gerência do banco. Com serviços bancários para fazer ontem, a professora Isolinda da Costa saiu indignada da agência. "Precisava solucionar problemas com cheques, mas vou ter que adiar. Geralmente que tem prejuízos somos nós", criticou Isolinda.

Em Apucarana, cerca de 200 sem-terra continuam em frente aos armazéns da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), protestando contra a interrupção na entrega das cestas básicas para 7 mil famílias acampadas no estado. "Há quatro meses as cestas básicas não são fornecidas. Eles só deverão deixar a Conab quando for retomada a entrega das cestas", diz o coordenador de produção do MST, Luiz Alonso Sales.

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Na manhã de ontem, um grupo de 50 agricultores se reuniu com o ouvidor agrário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Paraná, Luasses Gonçalves dos Santos, para apresentar uma pauta de reivindicações, que inclui a retomada de assistência técnica para as famílias assentadas, agilidade na emissão das Declarações de Aptidão ao Pronaf, assentamento das famílias excedentes do Projeto de Assentamento Celso Furtado, agilidade na liberação dos recursos do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) e o repasse de informações sobre o andamento de processos para aquisição de áreas.

Segundo a assessoria de imprensa do Incra, o órgão vem enfrentando problemas para atender às reivindicações, por causa da greve dos servidores (80% dos serviços estão paralisados). Segundo o Incra, desde 2003 já foram assentadas pelo menos 5,1 mil famílias no estado. Neste ano, de acordo com o órgão, 213 famílias foram beneficiadas.