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Sem-terra estendem faixas e bandeiras na entrada bloqueada da fazenda da Embrapa | Henri Miléo/Gazeta do Povo
Sem-terra estendem faixas e bandeiras na entrada bloqueada da fazenda da Embrapa| Foto: Henri Miléo/Gazeta do Povo

Ponta Grossa - Um grupo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) bloqueia a entrada dos funcionários da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desde as 7 horas de ontem, na região do Botuquara, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. São cerca de 100 pessoas que pedem agilidade na desapropriação de 623 hectares da fazenda da empresa, cedidos em comodato ao Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). A área foi ocupada em 2003 por 60 famílias, que aguardam assentamento.

Segundo o MST, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) havia se comprometido em assentar os sem-terra na fazenda. A assessoria do Incra disse que espera a Embrapa resolver pendências burocráticas para formalizar a transação. A negociação começou em 2005, mas não foi concluída por causa de irregularidades. Há mais de 20 anos, as terras da Embrapa foram ocupadas por posseiros. A empresa tenta reaver partes da fazenda na Justiça.

O chefe da assessoria jurídica da Embrapa em Brasília, Antônio Nílson Rocha, disse que o Incra se comprometeu há cerca de um mês em medir o terreno para que seja efetuada a venda. Segundo ele, a Embrapa aceitou o valor oferecido pelo Incra em títulos de dívida agrária e não há impasse burocrático.

Na fazenda são desenvolvidas pesquisas com sementes de milho, soja, feijão, trigo e triticale, que são vendidas no Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Os 25 funcionários da empresa foram dispensados ontem da jornada de trabalho, enquanto o gerente da Embrapa em Ponta Grossa, Osmar Beckert, registrou boletim de ocorrência na PM. Osmar disse que os sem-terra agiram de maneira pacífica, mas que a situação não pode ficar como está, por isso um assessor jurídico de Londrina vem a Ponta Grossa para tentar negociar.

Welington, assessor do MST, disse que os portões não serão liberados até que seja definida a situação. Despejadas do vizinho acampamento Teixeirinha na sexta-feira, mais 25 famílias estão no Emiliano Zapata, que já contava com 60 famílias. Na área ocupada há plantações de arroz, feijão, milho e hortifrutigranjeiros, que são vendidos para empresas e entidades de Ponta Grossa.

A fazenda tem 3.970 hectares: 1.270 cedidos ao Iapar, 600 do acampamento Emiliano Zapata, 200 do acampamento Teixeirinha e 490 usados por uma empresa privada, em comodato, para plantio de pínus.

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