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Caso araupel

MST bloqueia ponte e clima agrário volta a ficar tenso

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) bloquearam novamente a ponte sobre o Rio das Cobras, único acesso que os trabalhadores da Araupel têm pra chegar até a reserva de pinus entre os municípios de Quedas do Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu, região Centro-Sul. Centenas de sem-terra ocuparam o local nesta segunda-feira (1) e estacionara um ônibus sobre a ponte para interromper o tráfego de veículos.

O MST confirmou a movimentação, mas não deu detalhes sobre os motivos do acampamento à beira da estrada. Lideranças locais preferem não se manifestar publicamente, mas afirmam que a decisão judicial que determinou ser a União a proprietária das terras da Fazenda Rio das Cobras pode ter incentivado os sem-terra a promoverem uma nova ocupação e avançar no acampamento que já existe no local desde o ano passado.

Vários caminhões e máquinas da Araupel ficaram retidos na área de reflorestamento. No processo judicial, a Araupel apresentou uma vasta documentação mostrando a cadeia dominial da área da Fazenda Rio das Cobras desde os tempos do Império até chegar em suas mãos, mas para a juíza da 1ª Vara Federal de Cascavel, Lilia Côrtes de Carvalho de Martino, sentenciou que as transações ao longo de décadas ocorreram de forma ilegal e o espaço é de propriedade da União.

Disputa

Em maio do ano passado, cerca de 2.500 mil famílias ligadas ao movimento sem-terra montaram um novo acampamento na área, reivindicando a desapropriação da fazenda para fins de reforma agrária. Segundo o MST, caso seja confirmada a decisão em última instância, será possível assentar duas mil famílias no local. Os acampados na área são, em sua grande maioria, filhos de sem-terra já assentados em outras áreas que pertenceram à Araupel.

A Araupel, que emprega aproximadamente 1,1 mil trabalhadores na unidade, não se manifestou sobre a nova movimentação dos sem-terra. Na semana passada o diretor da empresa, Tarso Giacomet, disse à uma emissora de rádio local que a decisão judicial era inconsistente e que o caso será revertido em tribunais superiores. Ele também falou em possíveis parcerias com os assentados. O MST, no entanto, por várias vezes já repetiu que enquanto houver um milímetro de terra pertencente a Araupel na região de Quedas do Iguaçu, vai lutar pela desapropriação em prol da reforma agrária.

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