Os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) iniciaram exatamente às 8h21 a desocupação da sede do Ministério do Desenvolvimento Agrário. O horário foi uma homenagem aos 21 mortos no Massacre de Eldorado de Carajás, em 1996, que motivou a criação da Jornada Nacional da Luta por Reforma Agrária, uma mobilização que é feita todos os anos no mês de abril.
Às 11h, os líderes do MST se reuniram com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas. Os sem-terra reivindicam o desbloqueio dos recursos públicos destinados ao assentamento de famílias de trabalhadores rurais sem terra.
Ainda nesta terça-feira (17), às 17h30, será promovido, na Câmara dos Deputados, um debate sobre o Massacre dos Carajás, a violência e a impunidade no campo. Haverá também uma vigília dos sem-terra, a partir das 17h, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), junto com membros da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq).
Devanir Oliveira de Araújo, uma das coordenadoras do MST, veio de Mato Grosso para participar da manifestação. "Para combater a pobreza do país é preciso reforma agrária, necessária para incentivar a produção em pequenas propriedades", argumentou. Para a coordenadora da Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar (Fetraf), Elisângela Araújo, "a reforma agrária deve ser justa e igualitária, para dar aos trabalhadores condições de produzir alimentos saudáveis".
Para Valdir Misnerovicz, que integra a Coordenação Nacional do MST, o protesto é uma forma de mostrar à sociedade que os trabalhadores rurais estão insatisfeitos com a forma como as questões agrárias são tratadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. "A lentidão no ritmo de assentamento das famílias e a falta de solução dos problemas reais das famílias assentadas são uma grande preocupação".
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