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Os cerca de 400 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam nesta sexta-feira a sede do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Cascavel, no Oeste do estado, que estava ocupada desde quarta-feira. A medida foi tomada após um acordo entre o Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e as lideranças do MST em Brasília. Entre os compromissos acertados entre as partes está o assentamento de 100 mil famílias até 2006, sendo que, desse total, 3 mil este ano no Paraná.

A desocupação do prédio, que fica na região Central da cidade, iniciou por volta das 12 horas e terminou às 14h30. O movimento utilizou ônibus para transportar os sem-terra para os seus locais de origem. A maioria deles mora no Complexo Cajati, interior de Cascavel, onde há quatro acampamentos organizados pelo MST. Além de Cascavel, os sem-terra ocuparam 28 sedes do Incra em 21 estados brasileiros, além de seis pedágios no Paraná.

As atividades tiveram início nesta segunda-feira, fazendo parte da Jornada Nacional de Lutas em favor da reforma agrária. A decisão de sair das unidades foi tomada anteontem, depois da reunião entre as lideranças do MST e o ministro do MDA, Miguel Rosseto, em Brasília. No encontro, o governo federal se comprometeu a atender parte das reivindicações apresentadas pelos sem-terra.

Entre os pontos acordados estão o assentamento de 100 mil famílias até 2006 (50 mil somente este ano), liberação de R$ 200 milhões para a aquisição de terra para fins da reforma agrária e liberação de outros R$ 100 milhões para investimento, custeio e assistência técnica aos pequenos agricultores, além da atualização dos índices de produtividade. Outro ponto acertado foi à reestruturação do Incra com a contratação imediata de 1.300 novos servidores.

Para Keno Oliveira, da direção regional Oeste do MST, o acordo foi satisfatório, mas alertou que os sem-terra irão continuar mobilizados pelo cumprimento do acordo firmado com o governo federal. No Paraná, o MST quer o cumprimento do assentamento de 3.000 famílias até o final do ano, sendo que, desse total, 1.200 para o Oeste, região onde há os maiores conflitos agrários, em especial em Cascavel.

Com a saída dos sem-terra, os funcionários do Incra local retomaram as atividades normais, inclusive o atendimento ao público. De acordo com o chefe do escritório regional do Incra, José Uliano Camilo, não houve depredação ao patrimônio durante a ação dos sem-terra.

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