| Foto:

São Paulo – Dando seqüência à onda de invasões no fim de semana no interior de São Paulo, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) e a Central Única dos Trabalhadores (CUT) fizeram ontem a 13.ª invasão de fazendas em dois dias.

CARREGANDO :)

Desta vez, o alvo dos sem-terra foi a fazenda Cachoeirinha, localizada em Itapura (692 km a noroeste de SP). De acordo com a Polícia Militar, 60 integrantes do MST entraram na propriedade por volta das 6 horas e começaram a montar barracos. No domingo, a parceria MST–CUT foi responsável por 12 invasões. Segundo os organizadores, cerca de 2 mil pessoas participaram das ações.

Conforme a coordenação dos grupos, outras invasões estão programadas para ocorrer até o fim de semana. Em nota distribuída à imprensa, MST e CUT afirmam que as ações têm objetivo de "denunciar a dura realidade da reforma agrária no país’’.

Publicidade

Ontem, José Rainha Júnior, líder do MST, se reuniu com os coordenadores das invasões. Ele afirmou que pedirá audiências com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o governador José Serra (PSDB) para discutir a reforma agrária em São Paulo.

Em reação às invasões, fazendeiros procuraram a polícia e registraram boletins de ocorrência. Já a PM, por sua vez, está verificando a situação de tensão nas áreas.

Os proprietários devem começar a pedir a reintegração de posse das áreas amanhã, quando encerra o recesso dos fóruns. O presidente nacional da União Democrática Ruralista, Luiz Antônio Nabhan Garcia, afirmou que a entidade vai responsabilizar a CUT pelas invasões.

"Confirmando a participação da CUT, vamos tomar as providências. Moveremos ações cível e penal pela prática desse crime. A CUT, diferentemente do MST, tem personalidade jurídica é uma entidade constituída e deve ser responsabilizada por seus atos’’, disse Garcia.