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Desocupação: sem-terra são retirados pela terceira vez de área em litígio nos Campos Gerais | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Desocupação: sem-terra são retirados pela terceira vez de área em litígio nos Campos Gerais| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Ponta Grossa - Pela terceira vez em três anos, militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) foram retirados ontem da Fazenda São Francisco II, na localidade do Botuquara, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais. A área de 35 alqueires está em litígio, mas a ordem judicial de reintegração de posse foi concedida em nome do coronel reformado da Polícia Militar Waldir Copetti Neves.

Cerca de 70 policiais comandados pelo 1º Batalhão de Ponta Grossa realizaram a desocupação. A ação durou cerca de seis horas e foi considerada pacífica, segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública. Um dos militantes chegou a ser detido por desacato, mas assinou documento de termo circunstanciado e foi liberado.

Conforme a PM, havia 20 pessoas no acampamento. A liderança do MST fala em 40 famílias. Depois de desmanchar os barracos e retirar os animais, os sem-terra foram para o acampamento Emiliano Zapatta, a um quilômetro de distância.

A primeira ocupação no local ocorreu em agosto de 2005. Os sem-terra foram retirados e voltaram ao terreno. Eles estavam acampados na área desde maio do ano passado para pressionar o governo federal a desapropriar a terra para a reforma agrária.

Segundo o coordenador local do MST, Arilson de Assis, o terreno é passível de desapropriação. Além do coronel Copetti, alegam ser donos da área o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Embrapa).

O coronel alega que sua terra faz divisa com a área da Embrapa. Ele criticou o movimento e disse que a área sempre foi produtiva. "Logo depois da desocupação, vamos começar a arar para plantar", afirma.

De acordo com Assis, a área ainda será motivo de discussão. Ele afirmou que, por enquanto, as famílias ficarão no acampamento vizinho. O coronel Copetti adiantou que o terreno já está com interdito proibitório para evitar novas ações. Segundo a Secretaria de Segurança, com a desocupação de ontem, completaram-se 218 reintegrações de posse cumpridas no estado desde 2003.

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