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Brasília – Dos 18 itens da carta de compromissos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), tirada após cinco dias de discussões no 5.º Congresso Nacional, em Brasília, apenas três dizem respeito direto à reforma agrária. O termo, que foi tema do congresso, é utilizado somente uma vez ao longo do enunciado da carta.

O evento, encerrado ontem com a divulgação do documento, mobilizou 18 mil militantes de 24 estados e 181 convidados internacionais de 31 países.

No primeiro item, o MST se compromete a "articular com todos os setores sociais e suas formas de organização para construir um projeto popular que enfrente o neoliberalismo, o imperialismo e as causas estruturais dos problemas que afetam o povo brasileiro".

A luta contra as privatizações e a transposição do Rio São Francisco estão à frente da questão que trata da desapropriação dos latifúndios e propriedades de bancos e de capital estrangeiro.

As questões ambientais são abordadas em cinco itens, entre eles o combate ao uso de agrotóxicos, a defesa e não-privatização da água, a preservação das matas e o fim das queimadas para expansão do agronegócio.

O MST lutará também para combater as empresas transnacionais que controlam as sementes e o comércio agrícola e pedirá a expropriação sem indenização do latifúndio em que for constatado trabalho escravo.

Apenas a partir do oitavo item o movimento passa a tratar de temas ligados à reforma agrária, como a violência no campo e a limitação no tamanho da propriedade.

Propõe ainda a produção de agrocombustíveis sob o controle dos camponeses e a defesa das sementes nativas.

Estabelece que os assentados devem produzir prioritariamente alimentos sem a utilização de agrotóxicos para o mercado interno.

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