Cruzeiro do Oeste Depois de uma trégua de 90 dias, o Movimento dos Sem-Terra (MST) voltou a promover ocupação de fazenda no Paraná. Cerca de 180 famílias entraram na fazenda Urupê, em Cruzeiro do Oeste, por volta das 5 horas de ontem e passaram o dia construindo barracos perto da sede. O dono da propriedade, Antônio Cestito, ingressou com ação de reintegração de posse no fórum da comarca de Cruzeiro do Oeste no fim da tarde e espera para hoje a decisão da Justiça.
A fazenda Urupê tem 1.700 hectares e é explorada com a criação de gado. O caseiro que mora com a família na propriedade, Antônio Medina, foi quem registrou a ocorrência na Delegacia da Polícia Civil. Ele relatou que os sem-terra anunciaram a ocupação logo que chegaram. Medina disse que não sofreu agressão física, mas percebeu a falta de alguns equipamentos de arreio. No fim da tarde os sem-terra devolveram os arreios, mas sem as argolas.
O representante dos sem-terra, Anderson Kenor, disse que a ocupação foi pacífica e não houve depredação da propriedade. Ele adiantou que a partir da próxima semana os acampados começarão a preparar o solo para o plantio. "Vamos começar produzindo os alimentos para o nosso consumo", disse.
Os sem-terra que ocuparam a fazenda estavam acampados desde o começo do ano nas margens da rodovia PR-323, entre Umuarama e Cruzeiro do Oeste. Eles afirmaram o tempo todo que não pretendiam sair da beira da estrada para uma ocupação, apenas para um assentamento. O grupo chegou a pedir o apoio do prefeito Zeca Dirceu (PT), de Cruzeiro do Oeste, para se manter em lonas perto da rodovia. Mas, segundo Kenor, o grupo cresceu muito e começou a faltar alimentos.
Segundo Antônio Cestito, a fazenda já passou por avaliação do Incra e o laudo atestou que a fazenda é produtiva. Ele disse que não pretende negociar toda a fazenda. O pecuarista estava vendendo 240 hectares da área, mas o comprador suspendeu as negociações quando soube da ocupação.
O MST informou, por meio da assessoria de imprensa, que as ocupações vão continuar. Segundo o movimento, há cerca de 9 mil famílias vivendo atualmente em beiras de estradas ou em ocupações. Antes da ocupação de ontem, a última ação do MST havia sido registrada em 14 de março, no campo experimental da multinacional Syngenta Seeds, em Santa Tereza do Oeste. Cerca de 100 famílias continuam acampadas na área, perto do Parque Nacional do Iguaçu.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que acompanha a movimentação dos sem-terra à distância e espera a decisão da Justiça sobre o pedido de reintegração de posse para decidir o que fazer. A Sesp não soube informar quantos mandados de reintegração existem para ser cumpridos no Paraná.
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