Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) ocupam desde a madrugada de domingo (1º) mais uma fazenda da Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, braço do grupo Opportunity, que tem com sócio o banqueiro Daniel Dantas.

CARREGANDO :)

De acordo com a Delegacia de Conflitos Agrários do Pará, cerca de cem integrantes do MST invadiram pacificamente a fazenda Cedro, que já havia sido tomada em janeiro por outro grupo ligado à Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar).

Foi a segunda invasão em dois dias. No sábado (30), a fazenda Espírito Santo, em Xinguara, também foi invadida. Outras três propriedades do grupo seguem ocupadas grupos sem terra: Fortaleza e Maria Bonita, em Eldorado dos Carajás, e Porto Rico, em Sapucaia.

Publicidade

No sábado, um dos coordenadores do MST no Pará, Ulisses Manaças, disse que as invasões são uma reação a declarações feitas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que criticou o repasse de dinheiro público ao MST – entidade que, em sua visão, cometeria ilegalidades.

No G1 não conseguiu falar com coordenadores do MST no Pará na tarde desta segunda. No site da entidade, uma nota informa sobre as invasões às fazendas do grupo de Dantas e diz que são "uma agenda histórica do movimento".

A assessoria de imprensa da Agropecuária Santa Bárbara diz que o grupo já está providenciando a documentação para solicitar a reintegração de posse e critica o governo do estado por demora para reintegrar as terras.

De acordo com o grupo, dois mandados expedidos pela Justiça em outubro ainda não foram cumpridos.

Segundo a Secreteria de Segurança Pública do Pará, em 2008 foram cumpridos 40 mandados de reintegração de posse de terras no estado, mas ainda há cerca de outros 40 a cumprir.

Publicidade

A prioridade, segundo a assessoria de imprensa, é a negociação para a retirada pacífica das famílias. "Não há lentidão, mas negociação. As pessoas estão sendo retiradas de forma pacífica para que não haja outro Eldorado dos Carajás", disse o assessor Emanuel Vilaça, em alusão ao conflito em 1996 no município que deixou 19 trabalhadores sem terra mortos.