Cerca de 120 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) invadiram nesta quarta-feira (9) a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Iaras, a 304 km da capital paulista. O grupo chegou em carros, ônibus e caminhões procedentes do acampamento Rosa Luxemburgo e do assentamento Zumbi dos Palmares, instalados na região. Os funcionários do núcleo de apoio do Incra foram obrigados a sair do prédio para que as famílias pudessem se instalar no local.
Os sem-terra montaram barracos no quintal e na entrada da sede, que funciona numa casa térrea. Eles tinham colchões e mantimentos, já que a disposição era de permanecer vários dias na localidade.
A principal reivindicação é a retomada dos assentamentos na região. De acordo com o MST, o Incra vistoriou 11 fazendas improdutivas, com um total de 15 mil hectares, mas demora para assentar as famílias. O movimento reclama que o processo de arrecadação de outros 60 mil hectares de terras da União, ocupadas indevidamente por particulares, está atrasado.
Processos
Entre as áreas reivindicadas, o MST incluiu a fazenda Santo Henrique, da Cutrale, invadida e depredada em outubro por militantes do grupo. Durante a invasão, foram destruídos 12 mil pés de laranja. Um inquérito policial, na Delegacia de Borebi, apura a ação dos sem-terra.
Lideranças locais do MST também são investigadas por desvio de verbas obtidas com a venda de eucalipto no assentamento Zumbi dos Palmares. O processo corre na Justiça Federal de Ourinhos. Os invasores do Incra pretendem permanecer na unidade até que sejam atendidos pelo superintendente estadual. A superintendência do Incra em São Paulo não se manifestou sobre a invasão.
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