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São Paulo - O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) realizou ontem invasões no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco, Alagoas e Goiás. Com essas ações, chega a 11 o número de estados que registram ocupações desde o início do mês, quando acontece o chamado "Abril Vermelho". Duas sedes do Incra – no Rio de Janeiro e em Recife – foram ocupadas e até à noite de ontem não havia previsão para acordo. Embora oficialmente realizadas em memória dos 19 sem-terra assassinados há 13 anos em Eldorado de Carajás, no Pará, as mobilizações também foram estimuladas pela crise econômica mundial, segundo o próprio movimento.

"No ano passado, o BNDES concedeu empréstimos de R$ 17,2 bilhões para empresas do agronegócio. O Banco do Brasil concedeu mais de R$ 10 bilhões para apenas 20 empresas do agronegócio. Enquanto isso, o Pronaf tem previsão para a liberação de apenas R$ 7, 2 bilhões para a safra 2008/2009, alcançando 1,2 milhões de famílias de pequenos agricultores", critica o MST, em nota oficial.

Ontem, cerca de 200 sem-terra do interior ocuparam a superintendência do Incra no Rio "para cobrar o assentamento de 3 mil famílias acampadas". Em Recife, outros 200 trabalhadores rurais invadiram também a sede do Incra. Lá, eles reivindicam assentamento de 15 mil famílias.

Em São Paulo, o alvo do MST foi a fazenda Ibiti, em Itararé, a 350 quilômetros da capital paulista. O movimento alega que a área invadida tem 9 mil hectares e hoje é usada por empresas privadas cuja posse não seria comprovada. Também foram registradas ações em Goiás e Alagoas. Outras invasões haviam sido registradas desde o início do mês: Pará, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Bahia, Roraima, Minas Gerais e Distrito Federal, além de São Paulo e Pernambuco.

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